Terça, 16 de julho de 2019


(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50) 
Nossa Senhora do Carmo.

“Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” Mt 12,46-50.

“Jesus parece distanciar de si a sua Mãe porque quer mostrar como se realiza a verdadeira intimidade com Ele: ‘fazendo a vontade de Deus’. E Maria durante toda a vida, desde o dia em que aceitou ser a mãe de Cristo até à cruz no Calvário, foi o sinal da adesão à vontade de Deus. Foi sempre a ‘pobre em espírito e a pura de coração’ que constantemente se entregou ao seu Filho e Senhor com a alma de criança inteiramente voltada para o Pai (cf. Mt 18,13). O escritor francês, G. Bernanos, no seu romance Diário de um Pároco de Província, falava assim de Maria: ‘O olhar da Virgem é o único olhar verdadeiramente ‘infantil’, o único verdadeiro olhar de criança que alguma vez se tenha levantado acima da nossa infelicidade’. Reencontra essa ‘infância’ do espírito, redescobrir a pureza da fé operante é concretizar a declaração de Jesus, é estar na esteira de sua Mãe, é tornar-se para Ele irmão e irmã. Maria é o símbolo da verdadeira parentela com Jesus, não tanto segundo a carne, mas na plenitude da intimidade. Para usar uma imagem de Cristo, é tornar-se ‘semente caída em terra boa: tendo ouvido a Palavra de Deus com um coração bom e virtuoso, conservam-na e dão fruto com a sua perseverança’ (Lc 8,15). O cristão há de ter um coração como o de Maria que ‘observa a Palavra de Deus’ e ‘faz a sua vontade’. É assim, segundo a expressão de Jesus, que nos tornaremos também nós, de algum modo, ‘irmão, irmã e mãe’ de Cristo” (Gianfranco Ravasi – Os Rostos de Maria na Bíblia – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite