(Gn 49,29-32; 50,15-26; Sl 104[105]; Mt 10,24-33)
14ª Semana do Tempo
Comum.
“Não tenhais medos
deles, pois nada há de encoberto que não seja revelado e nada há de
escondido que não seja conhecido” Mt 10,26.
“Os cristãos não
devem ter medo dos homens. ‘Nada há de encoberto que não venha a ser
descoberto, nada de secreto que não venha a ser conhecido’ (10,26). Está aí o
motivo da falta de medo: ter conhecimento do que há de secreto dentro de nós.
Se não tivermos medo dos pensamentos secretos e das paixões dentro de nosso
coração, os homens tampouco conseguirão amedrontar-nos quando procurarem
descobrir os segredos do nosso coração. Se mostrar a Deus o que há de encoberto
em nós, cheio de confiança de que a sua luz desvelará o encoberto e iluminará o
que há de escuro, conseguiremos viver sem medo. Deus, que conhece todos os
abismos de nossa alma, é a verdadeira libertação do medo humano. Mateus indica
ainda um outro caminho para nos livrarmos do medo que está arraigado em nós:
‘Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma’ (10,28). Os
homens só nos podem ferir externamente. Eles podem bater em nosso corpo, podem
machucar-nos emocionalmente. Mas não poderão agredir a nossa alma, o espaço
interior do nosso coração. Há em nós algo que se furta ao poder humano. Lá, em
nossa alma, mora Deus. E, onde mora Deus, ninguém poderá machucar-nos. A fé no
Deus que protege a nossa alma e mora nela liberta-nos do medo de ferimentos,
humilhações, degradação e morte. Sim, nem mesmo a morte poderá destruir o cerne
mais íntimo de nossa pessoa, porque este está nas mãos de Deus” (Anselm Grun
– Jesus: mestre da salvação – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite