Quarta, 10 de julho de 2019


(Gn 41,55-57;42,5-7.17-24; Sl 32[33]; Mt 10,1-7) 
14ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doenças e enfermidades” Mt 10,1.

Para os dias que se seguem, tomei o comentário de Anselm  Grun sobre o capítulo 10 de Mateus. “O segundo grande discurso de Jesus é aquele do capítulo 10, dirigido aos discípulos. Para esse discurso, Mateus juntou vários pronunciamentos de Jesus que, em Marcos e Lucas, aparecem num outro contexto. A maneira como Mateus compõe esse capítulo revela a visão do evangelista a respeito da missão dos discípulos: ela abrange não apenas os discípulos que Jesus enviou naquela ocasião para as cidades da Galileia, mas também todos aqueles que, como cristãos, são enviados ao mundo hoje. Os doze de então representam os discípulos de épocas futuras. Por ordem de Jesus, devem fazer tudo o que Jesus fez, assumindo a imagem do próprio Jesus. São doze apóstolos. É a primeira vez que aparece o número doze, que é símbolo da capacidade de relacionar-se e da comunidade. Os discípulos de Jesus apresentam-se como uma comunidade, eles representam o novo Israel, são a imagem da comunidade para a qual Mateus escreveu o seu evangelho. Jesus foi capaz de reunir numa comunidade pessoas tão diferentes quanto judeus e gregos (três têm nome grego), coletores de impostos (amigos dos romanos) e zelotes (guerrilheiros contra a ocupação romana), pescadores pobres e ricos (Simão e André eram simples pescadores, Tiago e João trabalhavam numa empresa de pesca, cf. 4,18-22); e todos eles conviveram pacificamente e se dedicaram a uma mesma missão. Hoje em dia, precisaríamos, na Igreja, dessa arte de Jesus de unir numa missão comum pessoas das mais diversas tendências políticas e sociais, uma vez que os diversos movimentos trabalham mais um contra o outro do que em conjunto”  (Anselm Grun – Jesus: mestre da salvação – Loyola).  

Pe. João Bosco Vieira Leite