(Gn 41,55-57;42,5-7.17-24; Sl 32[33]; Mt 10,1-7)
14ª Semana do Tempo
Comum.
“Jesus chamou os doze
discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem
todo tipo de doenças e enfermidades” Mt 10,1.
Para os dias que se seguem, tomei o
comentário de Anselm Grun sobre o capítulo 10 de Mateus. “O
segundo grande discurso de Jesus é aquele do capítulo 10, dirigido aos
discípulos. Para esse discurso, Mateus juntou vários pronunciamentos de Jesus
que, em Marcos e Lucas, aparecem num outro contexto. A maneira como Mateus
compõe esse capítulo revela a visão do evangelista a respeito da missão dos
discípulos: ela abrange não apenas os discípulos que Jesus enviou naquela
ocasião para as cidades da Galileia, mas também todos aqueles que, como
cristãos, são enviados ao mundo hoje. Os doze de então representam os
discípulos de épocas futuras. Por ordem de Jesus, devem fazer tudo o que Jesus
fez, assumindo a imagem do próprio Jesus. São doze apóstolos. É a primeira vez
que aparece o número doze, que é símbolo da capacidade de relacionar-se e da
comunidade. Os discípulos de Jesus apresentam-se como uma comunidade, eles
representam o novo Israel, são a imagem da comunidade para a qual Mateus
escreveu o seu evangelho. Jesus foi capaz de reunir numa comunidade pessoas tão
diferentes quanto judeus e gregos (três têm nome grego), coletores de impostos
(amigos dos romanos) e zelotes (guerrilheiros contra a ocupação romana),
pescadores pobres e ricos (Simão e André eram simples pescadores, Tiago e João
trabalhavam numa empresa de pesca, cf. 4,18-22); e todos eles conviveram
pacificamente e se dedicaram a uma mesma missão. Hoje em dia, precisaríamos, na
Igreja, dessa arte de Jesus de unir numa missão comum pessoas das mais diversas
tendências políticas e sociais, uma vez que os diversos movimentos trabalham
mais um contra o outro do que em conjunto” (Anselm Grun – Jesus:
mestre da salvação – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite