Segunda, 22 de julho de 2019


(Ct 3,1-4; Sl 62[63]; Jo 20,1-2.11-18) 
Santa Maria Madalena.

“Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade. ‘Vistes porventura o amor de minha vida?’”
Ct 3,3.

“Muitas legendas se formaram em torno de Maria Madalena. Os pintores gostam de representá-la. A Igreja grega, desde cedo, venerou Maria Madalena e celebrou seu dia em 22 de julho. A Igreja ocidental se juntou à celebração apenas no século IX. A Igreja oriental via nela a apóstola dos apóstolos, a primeira testemunha da ressurreição de Jesus, como João descreve no seu evangelho. Segundo a tradição grega, o túmulo de Santa Maria Madalena se encontra em Éfeso. Maria Madalena é citada por Lucas como a primeira das mulheres que acompanharam Jesus em suas peregrinações e o serviram de acordo com suas capacidades. Ela é a mulher de quem Jesus expulsou sete demônios e que lhe deve, portanto, sua nova vida. Entre eles nasceu uma profunda amizade. A história da procura do corpo de Jesus na manhã do sábado da Páscoa é uma história de amor. Em sua descrição, João se refere três vezes ao terceiro capítulo do Cântico dos Cânticos diz: ‘Sobre o meu leito, ao longo da noite, procuro aquele que eu amo. Eu procuro e não o encontro’ (Ct 3,1). Madalena pergunta três vezes onde está o corpo de Jesus. Três vezes se diz que a noiva, no Cântico dos Cânticos, não encontrou aquele que sua alma ama. Por fim a cena do ‘Não me retenhas!’ (Jo 20,17) refere-se à passagem ‘Seguro-o e não cargo, até tê-lo introduzido na casa de minha mãe’ (Ct 3,4). Maria Madalena é, para João, a grande amante, a mulher que procura em Jesus aquele que sua alma ama. [...] Então Maria Madalena é a amiga de Jesus, a mulher que lhe deve a vida. Os sete demônios que ele expulsou representam o dilaceramento interior que essa mulher experimentou. Pelo encontro com Jesus, ela encontrou seu próprio eixo, descobriu sua dignidade e pôde dizer sim a si mesma. Os demônios não tinham poder sobre ela. As vozes que a rebaixavam e desvalorizavam ficaram mudas. Ela teve o direito de se colocar de pé e desfrutar sua dignidade como mulher” (Anselm Grun – Cinquenta Santos – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite