Quarta, 31 de julho de 2019


(Ex 34,29-35; Sl 98[99]; Mt 13,44-46) 
17ª Semana do Tempo Comum.

“O reino dos céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” Mt 13,44.

“Só Mateus nos conta as pequenas parábolas do tesouro escondido no campo e da pérola preciosa achada por um comerciante que, para adquiri-la, vende tudo (13,44-46). As duas parábolas usam imagens que conhecemos de muitas lendas e contos de fada. O evangelho é tão precioso que vale a pena vender tudo o que possuímos para obtê-lo. Os padres da Igreja explicaram essas parábolas como metáforas: o tesouro no campo é Cristo escondido nas Escrituras. Cristo é também a imagem do verdadeiro eu. O meu verdadeiro eu, a imagem intocada de Deus dentro de mim, está escondido no campo, na terra, no chão insignificante. Preciso revolver a terra, a sujeira da minha vida, para encontrar o meu verdadeiro eu. Mas quem entra em contato com seu próprio âmago, com o âmago divino dentro dele, perde o interesse por outras coisas. Nele encontra a verdadeira vida, de modo que se desfaz de bom grado de todo o resto. Muitas vezes, a pérola também é entendida pelos Padres da Igreja como imagem do próprio Cristo. Assim como a pérola se desenvolve dentro da concha, Cristo nasce do seio virginal de Maria. Na mitologia grega, Afrodite, a deusa do amor, nasce de uma concha. Cristo, amor encarnado, supera a deusa grega o amor. Como pérola na concha, assim a divindade de Cristo oculta-se na carne, inclusive na minha carne. Encontrando Cristo dentro de mim, encontro a verdadeira riqueza interior da alma, que compensa todo o resto. Todos os bens conseguidos até então perdem o valor. Posso abandonar tudo, para conseguir essa pérola preciosa” (Anselm Grun – Jesus: mestre da salvação – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite