(Ex 34,29-35; Sl 98[99]; Mt 13,44-46)
17ª Semana do Tempo Comum.
“O reino dos céus é
como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio
de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” Mt 13,44.
“Só Mateus nos conta
as pequenas parábolas do tesouro escondido no campo e da pérola preciosa achada
por um comerciante que, para adquiri-la, vende tudo (13,44-46). As duas
parábolas usam imagens que conhecemos de muitas lendas e contos de fada. O
evangelho é tão precioso que vale a pena vender tudo o que possuímos para
obtê-lo. Os padres da Igreja explicaram essas parábolas como metáforas: o
tesouro no campo é Cristo escondido nas Escrituras. Cristo é também a imagem do
verdadeiro eu. O meu verdadeiro eu, a imagem intocada de Deus dentro de mim,
está escondido no campo, na terra, no chão insignificante. Preciso revolver a
terra, a sujeira da minha vida, para encontrar o meu verdadeiro eu. Mas quem
entra em contato com seu próprio âmago, com o âmago divino dentro dele, perde o
interesse por outras coisas. Nele encontra a verdadeira vida, de modo que se
desfaz de bom grado de todo o resto. Muitas vezes, a pérola também é entendida
pelos Padres da Igreja como imagem do próprio Cristo. Assim como a pérola se
desenvolve dentro da concha, Cristo nasce do seio virginal de Maria. Na
mitologia grega, Afrodite, a deusa do amor, nasce de uma concha. Cristo, amor
encarnado, supera a deusa grega o amor. Como pérola na concha, assim a
divindade de Cristo oculta-se na carne, inclusive na minha carne. Encontrando
Cristo dentro de mim, encontro a verdadeira riqueza interior da alma, que
compensa todo o resto. Todos os bens conseguidos até então perdem o valor.
Posso abandonar tudo, para conseguir essa pérola preciosa” (Anselm Grun
– Jesus: mestre da salvação – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite