Terça, 12 de abril de 2016

(At 7,55—8,1; Sl 30[31]; Jo 6,30-35) 
3ª Semana da Páscoa.

O discurso de Estevão se assemelha, em alguns tons, a certas verdades sobre os judeus proclamadas por Jesus. O autor sagrado põe em seus lábios as palavras de que expressam a sua união com Cristo na sua visão e na dinâmica do perdão. Nesse quadro aparece a sombra ainda não iluminada por Jesus de Saulo, o perseguidor. Talvez a morte de Estevão o tenha inquietado interiormente, mesmo aprovando tal execução, pois toda conversão é processo que culminará numa decisão a ser tomada.

Certamente os judeus não entenderam o sinal oferecido por Jesus ao multiplicar os pães; Jesus faz uma ligação entre o Maná, enviado por Deus, não por Moisés, e a sua pessoa: “pois o pão do céu é aquele que desce do céu”. “O maná sempre foi visto como um alimento divino, como alimento que nutre a alma, o interior do homem. Deus mesmo alimentou o povo no caminho para a terra prometida. Se Jesus se diz pão do céu, quer que saibamos que ele mesmo nos alimenta no caminho para a liberdade, no caminho para a terra prometida, na qual poderemos ser totalmente nós mesmos, para que não morramos de fome. A relação pessoal com Jesus nos fortalece no caminho pelos desertos de nossa vida” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a vida”). 

                                 
Pe. João Bosco Vieira Leite