(At 7,55—8,1; Sl 30[31]; Jo 6,30-35)
3ª Semana da Páscoa.
O discurso de Estevão se assemelha, em
alguns tons, a certas verdades sobre os judeus proclamadas por Jesus. O autor
sagrado põe em seus lábios as palavras de que expressam a sua união com Cristo
na sua visão e na dinâmica do perdão. Nesse quadro aparece a sombra ainda não
iluminada por Jesus de Saulo, o perseguidor. Talvez a morte de Estevão o tenha
inquietado interiormente, mesmo aprovando tal execução, pois toda conversão é
processo que culminará numa decisão a ser tomada.
Certamente os judeus não entenderam o
sinal oferecido por Jesus ao multiplicar os pães; Jesus faz uma ligação entre o
Maná, enviado por Deus, não por Moisés, e a sua pessoa: “pois o pão do céu é
aquele que desce do céu”. “O maná sempre foi visto como um alimento divino,
como alimento que nutre a alma, o interior do homem. Deus mesmo alimentou o
povo no caminho para a terra prometida. Se Jesus se diz pão do céu, quer que
saibamos que ele mesmo nos alimenta no caminho para a liberdade, no caminho
para a terra prometida, na qual poderemos ser totalmente nós mesmos, para que
não morramos de fome. A relação pessoal com Jesus nos fortalece no caminho
pelos desertos de nossa vida” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a vida”).
Pe. João Bosco Vieira Leite