(At 15,7-21; Sl 95[96]; Jo 15,9-11)
5ª Semana da Páscoa.
Pedro toma a palavra
para explicar como Deus não faz acepção de pessoas e Tiago ilumina a compressão
dos ouvintes com a própria palavra de Deus, lembrando que para além das
observâncias judaicas, Moisés é também ouvido por outros povos. A Palavra e o
testemunho abrem caminho para a compreensão desse tempo novo que a fé cristã
está trazendo para o mundo. As mentes devem se abrir ao novo e às realidades
novas que vão surgindo, como fez Jesus, buscando dar uma resposta o mais
próximo possível da fé e da realidade. Penso que seja isso que o Papa
Francisco, na esteira da tradição eclesial vem tentando abrir esse espaço de
diálogo e do repensar a misericórdia divina em meio às novas realidades.
A metáfora da videira
culmina num convite a permanecer em Jesus, tanto quanto Ele permanece no amor
do Pai. Comunhão e unidade aparecem como um exercício de perseverança no amor.
“O amor se parece com um recinto em que podemos entrar e morar. E o amor se
parece com uma fonte à qual estamos ligados, assim como o ramo está preso à
videira da qual recebe força e vigor. O motivo do nosso amor é o amor de Jesus
com o qual nos amou até a consumação. Esse amor é motivo de alegria. Os Padres
da Igreja interpretaram a palavra de Jesus sobre a alegria perfeita que nos dá
como a promessa de uma alegria indestrutível, de uma alegria que ninguém pode
nos tirar. O ser humano anseia por essa alegria que já não depende do sucesso e
da atenção, mas que brota da experiência interior. É a alegria como resposta ao
amor incondicional de Jesus. Jesus nos põe em contato com a alegria que é uma
qualidade interior de nossa alma. Nele, a nossa alma se expande. A alegria é a
expressão da vida que está dentro de nós e com a qual Jesus nos põe em contato
por meio do seu amor” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a vida”).
Pe. João Bosco Vieira
Leite