Quinta, 28 de abril de 2016

(At 15,7-21; Sl 95[96]; Jo 15,9-11) 
5ª Semana da Páscoa.

Pedro toma a palavra para explicar como Deus não faz acepção de pessoas e Tiago ilumina a compressão dos ouvintes com a própria palavra de Deus, lembrando que para além das observâncias judaicas, Moisés é também ouvido por outros povos. A Palavra e o testemunho abrem caminho para a compreensão desse tempo novo que a fé cristã está trazendo para o mundo. As mentes devem se abrir ao novo e às realidades novas que vão surgindo, como fez Jesus, buscando dar uma resposta o mais próximo possível da fé e da realidade. Penso que seja isso que o Papa Francisco, na esteira da tradição eclesial vem tentando abrir esse espaço de diálogo e do repensar a misericórdia divina em meio às novas realidades.

A metáfora da videira culmina num convite a permanecer em Jesus, tanto quanto Ele permanece no amor do Pai. Comunhão e unidade aparecem como um exercício de perseverança no amor. “O amor se parece com um recinto em que podemos entrar e morar. E o amor se parece com uma fonte à qual estamos ligados, assim como o ramo está preso à videira da qual recebe força e vigor. O motivo do nosso amor é o amor de Jesus com o qual nos amou até a consumação. Esse amor é motivo de alegria. Os Padres da Igreja interpretaram a palavra de Jesus sobre a alegria perfeita que nos dá como a promessa de uma alegria indestrutível, de uma alegria que ninguém pode nos tirar. O ser humano anseia por essa alegria que já não depende do sucesso e da atenção, mas que brota da experiência interior. É a alegria como resposta ao amor incondicional de Jesus. Jesus nos põe em contato com a alegria que é uma qualidade interior de nossa alma. Nele, a nossa alma se expande. A alegria é a expressão da vida que está dentro de nós e com a qual Jesus nos põe em contato por meio do seu amor” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a vida”).

Pe. João Bosco Vieira Leite