(At 13,26-33; Sl 2; Jo 14,1-6)
4ª Semana da Páscoa.
Preparado o terreno,
Paulo apresenta Jesus a partir de sua não aceitação, morte e ressurreição. A
pregação do evangelho é consequência de uma experiência viva de Jesus
ressuscitado. O trecho termina com a citação do salmo 2 que se segue como
resposta em nossa liturgia. Assim como escolheu a Davi, Deus escolheu a Jesus a
quem deu toda honra e glória. Seus ouvintes são levados a perceber em Jesus uma
dessas particulares escolhas divinas. Como não acolhê-lo? Como ignorar Sua palavra
a nós dirigida em nome desse Deus?
Na intimidade do
cenáculo Jesus fala ao coração dos seus discípulos, e por que não dizer ao
nosso também? O processo da paixão que se aproxima é também o processo da
despedida dessa convivência mais direta que eles tiveram com Jesus. O discurso
de Jesus tem tom de intimidade, na casa do Pai há também lugar apara os amigos.
Talvez Tomé se faça de desentendido ou mesmo não tenha a crença necessária na
vida eterna. Jesus é o ‘passaporte’ para essa vida em Deus, o acesso depende de
mantê-lo atualizado para inesperada viagem a ser feita. “A mensagem mais
importante dos discursos de despedida é o apelo à fé. A fé ajuda a suportar os
abalos de nossa existência humana. Os abalos são a consequência dos choques
entre o mundo e a revelação, entre o caminho interno e externo, entre a
intuição de Deus e a realidade externa que não quer saber de Deus. A passagem
para junto do Pai só é possível na fé. A nossa insegurança decorre da ausência
de Jesus. A fé é uma firme confiança. Ela nos dá a tranquilidade interior e a
firmeza de um coração que sabe de Deus e se baseia nele” (Anselm Grun, “Jesus,
porta para a vida”).
Pe. João Bosco Vieira Leite