Sexta, 22 de abril de 2016

(At 13,26-33; Sl 2; Jo 14,1-6) 
4ª Semana da Páscoa.

Preparado o terreno, Paulo apresenta Jesus a partir de sua não aceitação, morte e ressurreição. A pregação do evangelho é consequência de uma experiência viva de Jesus ressuscitado. O trecho termina com a citação do salmo 2 que se segue como resposta em nossa liturgia. Assim como escolheu a Davi, Deus escolheu a Jesus a quem deu toda honra e glória. Seus ouvintes são levados a perceber em Jesus uma dessas particulares escolhas divinas. Como não acolhê-lo? Como ignorar Sua palavra a nós dirigida em nome desse Deus?

Na intimidade do cenáculo Jesus fala ao coração dos seus discípulos, e por que não dizer ao nosso também? O processo da paixão que se aproxima é também o processo da despedida dessa convivência mais direta que eles tiveram com Jesus. O discurso de Jesus tem tom de intimidade, na casa do Pai há também lugar apara os amigos. Talvez Tomé se faça de desentendido ou mesmo não tenha a crença necessária na vida eterna. Jesus é o ‘passaporte’ para essa vida em Deus, o acesso depende de mantê-lo atualizado para inesperada viagem a ser feita. “A mensagem mais importante dos discursos de despedida é o apelo à fé. A fé ajuda a suportar os abalos de nossa existência humana. Os abalos são a consequência dos choques entre o mundo e a revelação, entre o caminho interno e externo, entre a intuição de Deus e a realidade externa que não quer saber de Deus. A passagem para junto do Pai só é possível na fé. A nossa insegurança decorre da ausência de Jesus. A fé é uma firme confiança. Ela nos dá a tranquilidade interior e a firmeza de um coração que sabe de Deus e se baseia nele” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a vida”).  

Pe. João Bosco Vieira Leite