(At 11,1-18; Sl 41[42]; Jo 10,1-10)
4ª Semana da Páscoa.
Pedro é questionado por ter entrado na
casa de um pagão, por um grupo de judeus convertidos. Ele explica como Deus o
conduziu a uma nova compreensão da realidade que Deus não faz acepção de
pessoas. Um passo importante na expansão do evangelho que terá em Paulo seu principal
instrumento para trazer à comunhão cristã os povos gentios. Uma reflexão para
os que se debatem na dúvida de que Deus ama a todos.
Se nesse domingo refletimos sobre o Bom
Pastor, vamos retomar o capítulo 10 em dois momentos e ampliar a nossa
reflexão. O discurso começa pela imagem do redil, o lugar que abriga as ovelhas,
e a porta de acesso, lugar legítimo de acesso ao mesmo. Com essa breve
comparação Jesus se faz representar como o porteiro a quem as ovelhas
reconhecem a voz e também porta de acesso legítima ao Pai. “A porta sempre foi
um símbolo para o homem, pois ela representa a passagem de um âmbito para o
outro, por exemplo, do âmbito terreno para o celestial. Em muitas culturas
existe a figura da porta do céu que possibilita o acesso ao âmbito divino.
[...] Jesus se identifica com a porta. Ele é a porta que conduz ao nosso
próprio âmago. Ele tem acesso ao nosso coração. E por meio de Jesus entramos em
contato com nós mesmos. [...] Certamente, os primeiros cristãos experimentavam
Jesus e as suas palavras como uma porta que os levava a eles próprios.
Meditando sobre Jesus descobriam de repente quem eram eles mesmos. Através de
Jesus como porta podiam entrar em sua própria casa para sentirem-se em casa.
Jesus era para eles a porta para o seu verdadeiro eu. E é esse também o desafio
para mim hoje: compreendendo Jesus compreendo a mim mesmo, descubro quem sou eu
de verdade, ganho acesso a mim mesmo” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a
vida”).
Pe. João Bosco Vieira Leite