Segunda, 18 de abril de 2016

(At 11,1-18; Sl 41[42]; Jo 10,1-10) 
4ª Semana da Páscoa.

Pedro é questionado por ter entrado na casa de um pagão, por um grupo de judeus convertidos. Ele explica como Deus o conduziu a uma nova compreensão da realidade que Deus não faz acepção de pessoas. Um passo importante na expansão do evangelho que terá em Paulo seu principal instrumento para trazer à comunhão cristã os povos gentios. Uma reflexão para os que se debatem na dúvida de que Deus ama a todos.

Se nesse domingo refletimos sobre o Bom Pastor, vamos retomar o capítulo 10 em dois momentos e ampliar a nossa reflexão. O discurso começa pela imagem do redil, o lugar que abriga as ovelhas, e a porta de acesso, lugar legítimo de acesso ao mesmo. Com essa breve comparação Jesus se faz representar como o porteiro a quem as ovelhas reconhecem a voz e também porta de acesso legítima ao Pai. “A porta sempre foi um símbolo para o homem, pois ela representa a passagem de um âmbito para o outro, por exemplo, do âmbito terreno para o celestial. Em muitas culturas existe a figura da porta do céu que possibilita o acesso ao âmbito divino. [...] Jesus se identifica com a porta. Ele é a porta que conduz ao nosso próprio âmago. Ele tem acesso ao nosso coração. E por meio de Jesus entramos em contato com nós mesmos. [...] Certamente, os primeiros cristãos experimentavam Jesus e as suas palavras como uma porta que os levava a eles próprios. Meditando sobre Jesus descobriam de repente quem eram eles mesmos. Através de Jesus como porta podiam entrar em sua própria casa para sentirem-se em casa. Jesus era para eles a porta para o seu verdadeiro eu. E é esse também o desafio para mim hoje: compreendendo Jesus compreendo a mim mesmo, descubro quem sou eu de verdade, ganho acesso a mim mesmo” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a vida”).



Pe. João Bosco Vieira Leite