(At 8,26-40; Sl 65[66]; Jo 6,44-51)
3ª Semana da Páscoa.
A figura de Filipe ganha um certo
destaque na narrativa que apresenta-se simples, mas bastante significativa.
Alguém que tem contato com as Sagradas Escrituras se pergunta sobre seu
sentido, Filipe explica sobre quem se refere o autor sagrado, numa clara
leitura do Antigo Testamento à luz do Novo que é Jesus. Este encontro leva à fé
e esta ao batismo como rito que inaugura um tempo novo. Vislumbra-se aqui essa
nossa disposição para explicar ao outro o mistério que se esconde na Palavra e
como ela nos fala da própria vida que experimentamos.
A fé como dom de Deus já é claro para
nós, mas para os ouvintes de Jesus era uma percepção que somente Deus poderia
lhes abrir a mente e o coração para aproxima-los da verdade que é Jesus. Esse
pão que é Jesus é carne que se ‘aproxima’ de nossa carne para imprimir nela a
semente da ressurreição. Quem dele ‘comunga’ não morrerá. “Antes de
interpretar esse versículo sob o aspecto eucarístico, devemos entendê-lo à luz
da morte de Jesus. Jesus avisa aqui que ele mesmo se entregará, com sua vida
terrestre, para a vida do mundo. Na morte, ele se entregará para que nós
tenhamos a vida eterna. É uma espécie de troca divina. Jesus morre para que
vivamos. Jesus entrega a sua vida para que a tenhamos para sempre. No discurso
do pão, João visa, portanto, em primeiro lugar, interpretar a morte e a
Ressurreição de Jesus” (Anselm Grun, “Jesus, porta para a vida”).
Pe. João Bosco Vieira Leite