Terça, 28 de novembro de 2023

(Dn 2,31-45; Sl Dn 3; Lc 21,5-11) 34ª semana do Tempo Comum.

“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” Lc 21,6.

“O prenúncio da destruição do templo tem profundas implicações teológicas. Conforme antigas tradições, Deus mesmo escolhera Jerusalém como lugar de sua habitação no meio do seu povo. O templo era, pois, o lugar da sua morada. A certeza da presença divina era motivo de segurança não só religiosa, mas também política. Deus era o baluarte, o defensor do seu povo. A destruição do templo significava a perda desta segurança. O povo estaria entregue à própria sorte, sem ter quem o defendesse. Seu futuro descortinava-se sombrio e incerto. Podia contar com guerras e revoluções, com seu elenco macabro de consequências. Estaria Deus realmente abandonando seu povo? Ou o Deus de Israel seria tão impotente a ponto de não ter como defender os seus eleitos do furor incontrolável dos seus inimigos? Estaria Jesus anunciando a desmoralização total da religião de Israel? As palavras do Mestre funcionavam como um premente alerta tanto para os discípulos quanto para o povo em geral, com relação à falsa esperança colocada no templo. Afinal, a beleza dele era precária e não estava imune da destruição. Era imprudente fazer Deus depender de realidade tão pouco consistente. Chegara o tempo de perceber que a presença de Deus no meio do seu povo acontecia na pessoa e no mistério de Jesus. Este era o verdadeiro templo que o Pai jamais deixaria ser destruído. – Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite