(Zc 2,14-17; Sl Lc1; Mt 12,46-50) Apresentação de Nossa Senhora.
“Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse
é meu irmão,
minha irmã e minha mãe” Mt 12,50
“Nada diz a Sagrada Escritura
sobre a Apresentação de Nossa Senhora Menina ao Templo. Este fato, todavia,
fundado em antiga e autorizada tradição, é reconhecido pela Igreja que dele faz
objeto de particular festa mariana. Aliás, não é tanto o fato em si mesmo que
interessa quanto sua significação que não dá lugar a dúvidas. Desde a
primeiríssima idade, deu-se Maria toda a Deus e se dedicou inteiramente ao
serviço divino. Imaculada em sua Conceição e, portanto, isenta de qualquer
sombra de pecado, abriu-se toda a Deus, disponível à sua Vontade, livre de se
dar a ele com toda a força de um amor que desconhece as tardanças, os
obstáculos, as alternativas provenientes de uma natureza ferida pelo pecado. A
imaculada pureza de Maria, cheia de graça, capacita-a para aderir a tudo o que
lhe propõe Deus, a tudo o que lhe agrada. Absolutamente pleno é o dom de si, em
Maria: ultrapassa o dom de qualquer outra simples criatura; supera-o apenas o
dom do Homem-Deus. Desde o início da existência, Maria foi ‘escrava do Senhor’
(Lc 1,38), a quem amou e serviu com todas as forças. Atitude já longamente
vivida foi a resposta de Maria ao Anjo da Anunciação. Realmente, antes de
pronunciá-la, ouviu Nossa Senhora estas palavras: ‘Não temas, Maria, pois
achastes graça diante de Deus’ (ibidem, 30). À iniciação livre do Altíssimo que
a quis Imaculada e cheia de graça, achou nova graça junto do Altíssimo que a
escolheu para Mãe de seu divino Filho. Sublime é a grandeza de Maria, mas com
tanta simplicidade vivida que não desanima nem oprime ninguém. Ao contrário,
atrai e convida todos a seguirem seu exemplo. Recebida no batismo, a Graça
sustenta os cristãos na luta contra o pecado. Chama-os, além disso, a conseguir
uma pureza imaculada, uma liberdade plena, semelhante à de Maria. Só assim
poderão dar, como Nossa Senhora, e com seu auxílio, resposta generosa ao dom de
Deus! Pela plena correspondência à Graça, nova graça receberão, que os tornará
capazes de uma resposta generosa” (Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite