Quarta, 8 de novembro de 2023

(Rm 13,8-10; Sl 111[112]; Lc 14,25-33) 31ª Semana do Tempo Comum.

“O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei” Rm 13,10.

“Depois de um olhar – deveras insólito no epistolário paulino – sobre o comportamento que os crentes devem ter para com os governantes (cf. Rm 13,1-7), o Apóstolo alarga a perspectiva e chega a considerar a relação dos batizados com ‘todos’, a qual deve ser determinada pelo amor de doação. Essa regra constitui o sentido profundo de toda legislação mosaica (cf. v. 10). [Compreendendo a Palavra]: O amor de doação (em grego: agapé) é o princípio unificador de todas as exigências do comportamento cristão. Isto porque na autodoação de Cristo nós experimentamos o amor incondicional de Deus, que nos acolheu ‘enquanto ainda éramos pecadores’ (CF. Rm 5,8), pelo que a nossa atuação não pode deixar de espelhar a mesma atitude de doação, com a qual fomos beneficiados por Deus. Ao mesmo tempo, o amor é o princípio que está na base e dá sentido à inteira legislação do Antigo Testamento. É importante relevar que, se por um lado Paulo não atribui a ela a capacidade de vencer o pecado e de justificar o indivíduo, por outro não nega o seu sentido na História da Salvação, antes recorda a sua positividade intrínseca. Depois de ter dito que a Lei testemunha o dom da justiça divina em Cristo (cf. Rm 3,21), pelo que não pode ser anulada (Rm 3,31), agora afirma que ela testemunha uma exigência ética basilar que nós não podemos evitar” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite