(Rm 11,1-2.11-12.25-29; Sl 93[94]; Lc 14,1.7-11) 30ª Semana do Tempo Comum.
“Eu pergunto: será que Deus rejeitou o seu povo? De modo algum. Pois
também eu sou israelita,
da descendência de Abraão, da tribo de Benjamin...” Rm 11,1.
“A relação entre Deus e Israel
constitui o argumento de Rm 11. A pregunta explícita do versículo 1 dá início à
argumentação do capítulo inteiro. Paulo afirma que Deus tem, ainda hoje, um
projeto de salvação do ‘resto’ (cf. Rm 11,1-6) e de ‘todo o Israel’ (cf. Rm
11,7-32). [Compreender a Palavra]: Paulo
é um dos israelitas que acreditaram em Cristo (v. 1b), prova de que há um
‘resto’ crente no interior de Israel, como na história bíblica havia um
‘resto’, embora no meio da infidelidade da maior parte do povo (vv. 2b-6). Este
é, pois, um primeiro sinal da fidelidade de Deus, ou seja, que a Sua salvação
está a atuar no ‘resto’ que crê, no interior do povo de Israel, primeiro
depositário das Suas promessas (v. 2a). Mas a maior parte de Israel não aderiu
a Cristo. Como se pode sustentar então que ‘o chamamento e os dons de Deus são
irrevogáveis’? (v. 29) Claro, o acolhimento ou a rejeição devem-se a uma opção
livre, absolutamente respeitada pelo Senhor (cf. Rm 10,5-21), cuja fidelidade,
porém, não diminui diante da rejeição. Eis a razão porque, se por um lado
Israel continua a ser chamado ao acolhimento de Cristo, por outro é mediador de
uma salvação escatológica, que ultrapassa os confins históricos do grupo dos
que creem n’Ele e dentro da qual encontrará lugar ‘todo o Israel’ (v. 26).
Dizendo isso, Paulo não convida a dissertar acerca dos medos de realização
desse projeto, mas a louvar a misericórdia de Deus que é para todos (cf.
11,32)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo
Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite