(2Mc 7,1.20-31; Sl 16[17]; Lc 19,11-28) 33ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles
pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo” Lc 19,11.
“A parábola evangélica tem como
pano de fundo um fato histórico. Arquelau, um dos filhos de Herodes, tinha
viajado para Roma com o intuito de pedir ao imperador César Augusto para confirmá-lo
no trono, com o título de rei. Arquelau era perverso como seu pai, por
isso o povo judeu o odiava. Foi por essa razão que uma delegação judia seguiu
também para Roma para se opor, diante do imperador, contra a nomeação. A
questão foi contornada pela autoridade romana que concedeu a Arquelau apenas o
título de tetrarca. Desconhece-se qual terá sido sua reação ao voltar. Contudo,
a ordem do rei mandando trucidar seus inimigos na presença dele, pode revelar a
ira contra seus opositores. Pouco tempo depois foi destituído do cargo. A
parábola oferece pistas para compreender o que está para acontecer com Jesus.
Ele é quem está para ser investido rei pelo Pai. Isto exigirá dele passar,
antes, pela morte e, depois, ressuscitar. O tempo de sua ausência é oferecido
aos discípulos como oportunidade para fazerem frutificar os dons recebidos de
Deus. Os sensatos e responsáveis irão, logo, fazê-los multiplicar. Os medrosos
permanecerão bloqueados. E seus dons estarão fadados a esterilidade. Além
disso, os inimigos de Jesus, contrários à sua condição de Messias, irão
perseguir a comunidade dos discípulos. Todavia, ao voltar, revestido de poder
real para realizar o juízo, o Mestre retribuirá a cada um conforme se tiver
comportado. A prudência aconselha, pois, o caminho da fidelidade ao Messias
Jesus. – Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem deverei
prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja prudente no meu
agir” (Pe. Jaldemir Vitório, sj
– O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).