Quarta, 22 de novembro de 2023

 (2Mc 7,1.20-31; Sl 16[17]; Lc 19,11-28) 33ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo” Lc 19,11.

“A parábola evangélica tem como pano de fundo um fato histórico. Arquelau, um dos filhos de Herodes, tinha viajado para Roma com o intuito de pedir ao imperador César Augusto para confirmá-lo no trono, com o título de rei.  Arquelau era perverso como seu pai, por isso o povo judeu o odiava. Foi por essa razão que uma delegação judia seguiu também para Roma para se opor, diante do imperador, contra a nomeação. A questão foi contornada pela autoridade romana que concedeu a Arquelau apenas o título de tetrarca. Desconhece-se qual terá sido sua reação ao voltar. Contudo, a ordem do rei mandando trucidar seus inimigos na presença dele, pode revelar a ira contra seus opositores. Pouco tempo depois foi destituído do cargo. A parábola oferece pistas para compreender o que está para acontecer com Jesus. Ele é quem está para ser investido rei pelo Pai. Isto exigirá dele passar, antes, pela morte e, depois, ressuscitar. O tempo de sua ausência é oferecido aos discípulos como oportunidade para fazerem frutificar os dons recebidos de Deus. Os sensatos e responsáveis irão, logo, fazê-los multiplicar. Os medrosos permanecerão bloqueados. E seus dons estarão fadados a esterilidade. Além disso, os inimigos de Jesus, contrários à sua condição de Messias, irão perseguir a comunidade dos discípulos. Todavia, ao voltar, revestido de poder real para realizar o juízo, o Mestre retribuirá a cada um conforme se tiver comportado. A prudência aconselha, pois, o caminho da fidelidade ao Messias Jesus. – Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja prudente no meu agir” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite