(Sb 13,1-9; Sl 18ª[19]; Lc 17,26-37) 32ª Semana do Tempo Comum.
“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do
Filho do Homem” Lc 17,26.
“Ao alertar os discípulos sobre
a Parusia – a vinda do Filho do Homem –, Jesus retoma antigas histórias onde o
gozo materialista da vida impedia que a humanidade se desse conta dos apelos
prementes de Deus. O dilúvio destruiu a Terra porque a humanidade levava uma
vida dissoluta, vivendo na corrupção e na violência. Alheios aos anseios de
Deus, ‘comiam, bebiam, casavam-se’, até que veio a destruição total. O destino
de Sodoma deveu-se à semelhante insensatez. Contaminados pelos vícios e pela
maldade, os sodomitas levavam uma vida de pecado e dissolução – ‘comiam,
bebiam, vendiam, compravam, plantavam. Construíam’ –, prescindindo, por
completo, da vontade divina. O gesto da mulher de Lot foi também recordado como
exemplo de apego inútil à posse de bens terrenos. Lot e todos os seus
familiares foram proibidos de olhar para trás ao se afastarem da cidade
pecadora. Mas sua mulher, apegada ao que estava deixando, desobedeceu a ordem
divina. Por isso foi castigada. Desta volta ao passado, Jesus tirou uma conclusão:
‘Quem procura ganhar a sua vida, vai perde-la, e quem a perde, vai
conservá-la’. Portanto, supervalorizar os bens terrenos, julgando encontrar
neles segurança e salvação, é uma atitude indigna do discípulo do Reino. A
preparação para o encontro com o Senhor exige desapego, partilha, relativização
dos bens deste mundo, de modo que seu coração fique totalmente disponível para
Deus – Pai, dá-me suficiente sensatez para não buscar segurança e
salvação nos bens deste mundo, pois só as encontro junto de ti, na obediência
fiel à tua vontade” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite