(Sb 18,14-16; 19,6-9; Sl 104[105]; Lc 18,1-8) 32ª Semana do Tempo Comum.
“Como cavalos soltos na pastagem e como cordeiros, correndo aos saltos,
glorificaram-te a ti, Senhor, seu libertador” Sb 19,9.
“O trecho está situado no
contexto na terceira parte do Livro da Sabedoria (cap. 10-19), onde,
particularmente a partir do capítulo 11, se descreve uma evocação da História
salvífica do Êxodo, segundo a exegese própria do midrash. Os versículos de hoje
constituem o ápice da evocação, dois momentos: a irrupção da Palavra
(18,14-15); a saída do mar Vermelho (19,6-10). [Compreender a Palavra]: Toda a evocação do
êxodo articula-se no Livro da Sabedoria segundo cinco dípticos, que contrapõem
dois momentos da ação de Deus: o que Ele realizou contra os Egípcios; como agiu
a favor dos hebreus. Esta seção, ao referir-se à noite e ao silêncio, conduz-nos
ao primeiro momento e narra-nos os três dias da praga das trevas, da qual,
segundo o Livro do Êxodo, tinham feito a experiência só os egípcios (cf. Ex
10,21-23). Mas na escuridão mais profunda, eis que irrompe a Palavra onipotente
de Deus, representada por um guerreiro que se ergue da terra ao céu a favor do
seu Povo. Da Palavra, das ordens do Senhor, tem origem uma nova criação que,
transformando a água em terra enxuta, o mar Vermelho em estrada, a água em
verde planície, atua a salvação e a libertação de Israel. E do povo, exultante
de alegria tal como dos cavalos e dos cordeiros deixados livres no pasto, saem
cânticos de júbilo ao Deus libertador” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite