Segunda, 13 de novembro de 2023

 (Sb 1,1-7; Sl 138[139]; Lc 17,1-6) 32º Semana do Tempo Comum.

“Jesus disse a seus discípulos: ‘É inevitável que aconteçam escândalos.

Mas ai daquele que produz escândalos!’” Lc 17,1.

“Chama-se escândalo a todo tropeço no caminho da fé, a tudo aquilo que induz ao mal, ao pecado. Jesus falou várias vezes contra os que provocam o escândalo; não podem ser mais duras as suas expressões, como quando afirma: ‘Mas, se alguém fizer cair em pecado um desses pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho, e o lançassem no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos!’ (Mateus 18,6-7). O escândalo implica uma ofensa ao irmão, e essa ofensa deve ser perdoada. O perdão ao irmão que ofende é uma exigência do evangelho e a expressão ‘sete vezes ao dia’ indica número indeterminado de vezes, isto é: ‘sempre’. O dever do perdão não admite limites; é um preceito universal. A prática dos judeus, conforme um texto do Talmude, era perdoar três vezes; Jesus Cristo aperfeiçoa a lei e suprime todo limite no preceito: deve-se perdoar sempre. Isso deve fazer-nos meditar, nós cristãos, tão reacionários em certas ocasiões, em perdoar àqueles que nos ofendem; somos sensíveis no acusar a ofensa recebida, mas somos difíceis e rígidos no compreender, dissimular e esquecer as ofensas; o perdão aos que nos ofendem constitui-se assim em um dos mais difíceis preceitos do evangelho; porém, mesmo sendo difícil, não deixa de ser obrigatório. Jesus diz que é necessário que venham os escândalos, dado que o homem é livre e, consequentemente, abusando da liberdade, pode abraçar-se ao mal, desprezando o bem; porém o próprio Jesus pronuncia um de seus mais temíveis anátemas contra aqueles que escandalizam. Uma coisa é pecar por fraqueza; outra, fazê-lo premeditadamente e organizar os meios de comunicação social e progressos modernos para apresentar o pecado sob a forma mais sedutora e atraente; todos deveriam recordar a afirmação de Jesus e não tomá-la como exagero: ‘Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar’ (v. 2)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite