(1Mc 6,1-13; Sl 9A[9]; Lc 20,27-40) 33ª Semana do Tempo Comum.
“Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus que negam a ressurreição, e lhe
perguntaram: ‘Mestre, Moisés deixou escrito: ‘Se alguém tiver um irmão casado e
este morrer sem filho, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a
descendência para seu irmão’” Lc 20,27-28.
“A questão levantada pelos
saduceus visava fazer Jesus passar por tolo. Eles pensavam enredá-los numa
pergunta impossível de ser respondida e, assim, acusá-lo de pregar uma doutrina
sem fundamento. Com isso, queriam desautorizá-lo como Mestre. Os saduceus
formavam a casta sacerdotal de Jerusalém. Controlavam as atividades do templo,
especialmente a enorme circulação de dinheiro, e o comércio. Aliaram-se aos
dominadores romanos como forma de garantir seus benesses. Quanto à moral, eram
relaxados; quanto à religião, conservadores. Aceitavam como divinos e
inspirados apenas a Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia. A história
matrimonial que forjaram baseava-se na chamada Lei do Levirato, prescrita pelo
Deuteronômio. Para acompanhar a resposta de Jesus, seus interlocutores deveriam
refletir, tendo como referencial um esquema teológico ao qual estavam
acostumados. Deviam superar a ideia de que a procriação humana continua no Céu,
onde as pessoas vivem numa felicidade perfeita, sem as vicissitudes humanas.
Deviam ler com mais atenção a parte da Bíblia à qual estavam apegados e
verificar que ela fala de um Deus de vivos e não de mortos. Deviam deixar de
lado um modo de pensar falso e sofisticado, sem fundamento. Pois, se Deus vive
e é Deus dos vivos, aqueles aos quais ele ama haverão de viver, igualmente,
para sempre. Tal é o fundamento da ressurreição dos mortos. – Pai, és
Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão
contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, em comunhão eterna” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite