Sexta, 03 de novembro de 2023

(Rm 9,1-5; Sl 147[147B]; Lc 14,1-6) 30ª Semana do Tempo Comum.   

“Depois lhes disse: ‘Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo,

mesmo em dia de sábado?’” Lc 14,5).

“O convite dirigido a Jesus por um dos chefes dos fariseus explica-se por um costume da época. Considerava-se uma obra meritória convidar para o almoço um mestre ilustre que, num dia de sábado, fizera um sermão no culto da sinagoga. Este gesto de delicadeza não contradizia o repouso sabático pois os alimentos eram preparados no dia anterior – chamado ‘dia da preparação’ –, e conservados quentes até a hora da refeição. Este clima de benevolência serve de pano de fundo para o gesto misericordioso de Jesus em relação ao homem doente com quem se defrontou. Conforme o costume da época, qualquer pessoa podia entrar numa casa onde se fazia um banquete. Portanto, a presença do hidrópico, naquele momento, estava explicada. A presença dos fariseus e dos mestres da Lei, que o observavam para colhê-lo em alguma transgressão da Lei, não o intimidou. Eles não ousaram responder à pergunta feita por Jesus, pois bem conheciam a resposta: não era permitido curar em dia de sábado. Jesus reagiu, curando o doente com sua palavra cheia de poder. Assim fazendo, demonstrou que sua ação era lícita. Ele tinha um argumento irrefutável: se um jumento ou boi, caindo num poço em dia de sábado é logo retirado, quanto mais merece receber o dom da cura, em dia de sábado, quem está oprimido pela doença! Pensar diferente seria dar mais importância aos animais que aos seres humanos. Os mestres da Lei e os fariseus seriam capazes de tal insensatez? – Pai, predispõe-me a manifestar meu amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me dispensar desta obrigação urgente (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite