(Rm 9,1-5; Sl 147[147B]; Lc 14,1-6) 30ª Semana do Tempo Comum.
“Depois lhes disse: ‘Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num
poço, não o tira logo,
mesmo em dia de sábado?’” Lc 14,5).
“O convite dirigido a Jesus por
um dos chefes dos fariseus explica-se por um costume da época. Considerava-se
uma obra meritória convidar para o almoço um mestre ilustre que, num dia de
sábado, fizera um sermão no culto da sinagoga. Este gesto de delicadeza não
contradizia o repouso sabático pois os alimentos eram preparados no dia
anterior – chamado ‘dia da preparação’ –, e conservados quentes até a hora da
refeição. Este clima de benevolência serve de pano de fundo para o gesto
misericordioso de Jesus em relação ao homem doente com quem se defrontou.
Conforme o costume da época, qualquer pessoa podia entrar numa casa onde se
fazia um banquete. Portanto, a presença do hidrópico, naquele momento, estava
explicada. A presença dos fariseus e dos mestres da Lei, que o observavam para
colhê-lo em alguma transgressão da Lei, não o intimidou. Eles não ousaram
responder à pergunta feita por Jesus, pois bem conheciam a resposta: não era
permitido curar em dia de sábado. Jesus reagiu, curando o doente com sua
palavra cheia de poder. Assim fazendo, demonstrou que sua ação era lícita. Ele
tinha um argumento irrefutável: se um jumento ou boi, caindo num poço em dia de
sábado é logo retirado, quanto mais merece receber o dom da cura, em dia de
sábado, quem está oprimido pela doença! Pensar diferente seria dar mais
importância aos animais que aos seres humanos. Os mestres da Lei e os fariseus
seriam capazes de tal insensatez? – Pai, predispõe-me a manifestar meu
amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me dispensar desta
obrigação urgente” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite