Quinta, 23 de novembro de 2023

(1Mc 2,15-29; Sl 49[50]; Lc 19,41-44) 33ª Semana do Tempo Comum.

“Eu, meus filhos e meus irmãos continuaremos seguindo a aliança de nossos pais” 1Mc 2,20.

“O trecho narra o início da revolta dos Macabeus. A apostasia imposta pelos enviados do rei Antíoco IV Epifânio, com a obrigação de os hebreus oferecerem sacrifícios, provoca a violenta reação do sacerdote Matatias, que degola sobre o altar um hebreu que sacrificava segundo o decreto do rei. Isto justifica o abandono da cidade, a fuga de Matatias para os montes e a constituição de um grupo armado em oposição ao soberano. [Compreender a Palavra]: O texto deve ser entendido dentro da crise que surgiu sob o domínio de Antíoco IV Epifânio e que, entre 167-164 a.C., se tornou ‘zelo pela lei’, defesa a todo o transe daquilo que era considerado o valor supremo da religião hebraica. As palavras dos mensageiros do rei colocam o problema da apostasia, ou seja, do abandono da Torá por parte de alguns hebreus. O sacerdote Matatias, também em nome dos seus filhos, rejeita altivamente o convite de passar para o número dos ‘amigos do rei’ (v. 18), exprimindo a sua firme intenção de querer continuar a ‘seguir a Aliança dos antepassados’ (v. 20), isto é, de querer manter a sua fidelidade ao pacto estipulado por Deus com Israel (cf. Ex 1,19.24; 34). Matatias distingue-se pelo ‘zelo’ da Lei (cf. v. 24), por uma fidelidade tão extrema e apaixonada que o leva a matar quem transgride a Lei, quer a colocar em perigo a sua vida na resistência armada. Neste sentido, a figura de Matatias recorda outra personagem bíblica, Fineias que, segundo a narração do Livro dos Números, matou um israelita e sua mulher, uma moabita, porque as filhas de Moab, seduzindo os filhos de Israel os levavam ao culto de Baal de Fegor (cf. 25,7-13)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite