(Hb 2,5-12; Sl 8; Mc 1,21-28)
1ª Semana do Tempo Comum.
“E todos ficavam
muito espantados e perguntavam uns aos outros: ‘O que é isso?
Um ensinamento novo,
dado com autoridade: ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” Mc 1,27.
“Marcos descreve a
reação das pessoas diante das palavras de Jesus sobre Deus no exemplo de um
homem que está possuído por um espirito impuro. O espírito começa logo a
gritar: ‘Que há entre nós e ti, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder?’. O
espírito representa as imagens impuras, débeis e demoníacas que fazemos de
Deus, e as imagens que fazemos de nós próprios e nos impedem de viver. Muitas
vezes fazemos em nós uma imagem de Deus que desfigura seu verdadeiro ser, por
exemplo a imagem de um Deus ‘contador’ que lança tudo a débito e a crédito, a
imagem de um Deus arbitrário que a todo momento frustra nossos planos, de um
Deus-juiz que nos controla e julga a todo instante. Essas imagens demoníacas de
Deus turvam também a imagem que temos de nós mesmos. Vemos a nós mesmos de
maneira errada. Usamos Deus como garantia contra todas as vicissitudes da vida.
Usamos Deus para encher nosso próprio eu, vendo-nos acima dos outros.
Gostaríamos de poder dispor de Deus, colocando-o a nosso serviço. Pessoas com
esse tipo de imagem de Deus não conseguem ficar quietas na presença de Jesus.
Elas começam a gritar. O demônio precisa manifestar-se. Ele percebe que chegou
sua hora. Jesus sacode os homens e os acorda quando fala de Deus. Uma maneira
excitante de falar de Deus. Abrem-se os olhos dos ouvintes e, de repente, eles
se dão conta daquilo que eles mesmos são. Antes se tinham escondido atrás das
imagens que eles próprios tinham feito de Deus, assim como tinham feito a
imagem de si mesmos que se opõe à sua imagem verdadeira” (Anselm Grün
– Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite