(Hb 4,12-16; Sl 18[19B]; Mc 2,13-17) 1ª Semana do Tempo Comum.
“Enquanto passava,
Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos e disse-lhe:
‘Segue-me!’ Levi
levantou-se e o seguiu” Mc 2,14.
“A passagem de Jesus
pela vida de Levi provocou nele uma transformação considerável. Ele saiu
imediatamente da marginalização sócio-religiosa para ingressar no discipulado,
ao aceitar o convite do Mestre, exigindo dele a renúncia a uma atividade odiosa
aos olhos de seus contemporâneos. Doravante, Levi não seria mais um publicano,
e sim um discípulo de Jesus. A opção religiosa desse discípulo teve
consequências também no plano social. Na percepção de Jesus, porém, a mudança
na vida de Levi deu-se num nível bem diverso. A discriminação, devida à
profissão de cobrador de impostos, era irrelevante para o Mestre. Este
procurava colocar-se acima dos preconceitos humanos. Importava-lhe, antes, o
que se passava no coração de Levi, sentado no seu local de trabalho. Embora
vivendo num ambiente corrompido e corruptor, sem dúvida, ele mantinha um
elevado padrão de religiosidade. Os preconceitos que recaiam sobre sua
categoria profissional não foram suficientes para leva-lo a apegar-se aos bens
materiais. Assim, quando Jesus o chama, estava suficientemente livre para
segui-lo, sem restrições. Ninguém ficou sabendo da mudança operada na vida de
Levi, além dele mesmo, e do próprio Mestre. O homem de fé viu concretizar-se o
que, até então, era objeto de esperança. Seguir o Messias Jesus significava ver
realizada a promessa divina. Assim, mais que uma marginalização social, Levi
superou a verdadeira marginalização religiosa, ao se fazer discípulo do Reino.
– Pai, coloca-me, cada dia, no seguimento de Jesus, pois assim, estarei
no bom caminho que me conduz a ti” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite