(At 22,3-16; Sl 116[117]; Mc 16,15-18)
Conversão de São Paulo.
“Eu perguntei: ‘Quem
és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’”
At 22,8.
“Acredito que Deus
falou com outras pessoas antes de mim, que suas inspirações resultaram em
muitas vidas e muitas façanhas admiráveis por amor a Deus e pela humanidade.
Sempre acreditei nisso, que ele parou Saulo de Tarso na estrada de Damasco, que
perseguiu o relutante santo Agostinho pelos labirintos da fraqueza humana, que
inspirou o fundador de minha ordem, santo Inácio de Loyola, a pendurar sua
espada de soldado e lutar apenas pelo Reino de Deus. Oh, sim, Deus realizou
esses grandes feitos nesses grandes homens. Mas será que viria até mim? Isso
era mais difícil para eu entender, até que parei de fazer a pergunta errada e
comecei a fazer uma pergunta significativa. Eu havia perguntado: ‘Quem sou eu,
meu Deus, para que viesse com ternura e intimidade? Como eu poderia chegar a
ter essa importância para você? O que tenho a oferecer?’ Eu estava aprisionado
em minha velha preocupação com o ego. A verdadeira questão é, evidentemente:
‘Quem é você, meu Deus? Quem é você que viria a mim e falaria comigo, que
encheria minha pobre inteligência finita com seus pensamentos e perspectivas,
que me tornaria capaz de ver este mundo através de seus olhos, que colocaria
sua força e seus desejos em minha frágil vontade, que derramaria sua graça divina
nesse receptáculo de barro? Quem é você que graciosamente aceita os pães e
peixes de minha vida para alimentar os famintos do mundo? Quem é você?
Mostre-me o teu rosto, tome minha pessoa e minha vida em seus braços amorosos,
deixe-me sentir seu fogo e o toque refrescante de sua mão em minha alma
sedenta’” (Jonh Powell, sj – As Estações do Coração –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite