(Hb 3,7-14; Sl 94[95]; Mc 1,1-12) 1ª Semana do Tempo Comum.
“Quando viu a fé
daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ‘Filho, os teus pecados estão
perdoados” Mc 2,5.
“Jesus vê a fé dos
quatro homens que levam o paralítico até ele. Não se trata da fé do doente, mas
da fé dos seus carregadores. Jesus se dirige ao paralitico: ‘Meu filho, teus
pecados estão perdoados’ (2,5). O doente quer recuperar a saúde. Para que,
então, o perdão dos pecados? Jesus percebe que a paralisia está ligada à sua
atitude interior. Pecado significa errar, enganar a própria vida. O paralítico
engana-se quando pensa que deveria ser perfeito, que não deveria revelar suas
fraquezas. Como não quer se mostrar fraco, não ousa levantar-se em sua
fraqueza, e esta o prende à cama. Quem se levanta sabe que pode cair. Quem
evita qualquer risco de cair permanece deitado para sempre na cova de seu medo.
É provável que o doente nem tenha infringido nenhum mandamento, mas ele se
recusou a viver. A verdadeira culpa está no fato de não vivermos a vida que
Deus nos confia. É a essa vida não vivida, a essa atitude negativa que Jesus se
refere quando se dirige ao doente. Concedendo-lhe o perdão dos pecados,
mostra-lhe que é incondicionalmente aceito por Deus, de modo que passa a
existir a possibilidade de um novo começo: ‘Deixa de lado teus sentimentos de
culpa! Para de atormentar-te e de ficar à margem da vida! Tem coragem de ser tu
mesmo, de levantar-te com todas as tuas falhas e fraquezas! Abandona a negação
da vida! Ousa viver!” (Anselm Grün – Jesus, Caminho para a Liberdade –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite