(Hb 5,1-10; Sl 109[110]; Mc 2,18-22) 2ª Semana do Tempo Comum.
“Todo sumo sacerdote
é tirado do meio dos homens nas coisas que se referem a Deus,
para oferecer dons e
sacrifícios pelos pecados” Hb 5,1.
“No tempo de Jesus, o
sumo sacerdote tinha uma função específica: oferecer sacrifícios. O sumo
sacerdote, tal qual o modelo de Aarão, possui um duplo direcionamento: está
direcionado às pessoas, por sua condição humana, e por ser constituído
oficialmente a favor da humanidade; e com Deus, que procura as boas relações
com os seres humanos. O sumo sacerdote apresenta, por sua natureza, três
condições: a natureza humana, com a qual ressalta a sua fragilidade e, por si
mesmo, sua capacidade de compreender os pecados dos outros; a oferenda dos dons
e sacrifícios, expressão com que se resume toda a atividade sacerdotal que
pretende restabelecer as relações com Deus, iluminando os obstáculos que a Ele
se opõem (religare), isto é, o pecado; a vocação (chamado de Deus para esse
ofício) ou escolha divina, com a qual se tem a exclusão da busca de privilégios
e honrarias. Tudo isso foi realizado em Jesus (cf. Hb 5,5-10) (Luís Rúbio
Morán). Jesus não era de família sacerdotal e, portanto, nos seus dias de vida
humana não exerceu nenhuma função desse grupo. Segundo as Sagradas Escrituras,
Deus o proclamou solenemente sacerdote (cf. Sl 110,4). E isto não foi como um
prêmio, uma honraria. Mas sua obediência o levou a viver a sua vida em função
do Pai e de seus irmãos e irmãs. Os atos de Jesus eram atitudes de cumprimento
de sua vontade. Ele veio num corpo humano para realizar a vontade do Pai. Fazer
a vontade do Pai e assumir o sofrimento como consequência de sua missão
constituem o caráter fundamental da consagração de Jesus como sumo sacerdote.
Ele reúne em si as prerrogativas necessárias e exigidas para se concretizar na
sua vida a realidade sacerdotal. – Ó Deus de amor e compaixão, não nos
permita sucumbir diante dos desafios da missão assumidos por nós e nossas
comunidades. Amém!” (Gilberto Orácio de Aguiar –
Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite