Domingo, 08 de janeiro de 2023

(Is 60,1-6; Sl 71[72]; Ef 3,2-3.5-6; Mt 2,1-12) Epifania do Senhor.

“Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram Jerusalém, perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer?

Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo’” Mt 2,1-2.

“A história dos magos do Oriente foi sempre muito popular. Os magos são orginalmente sacerdotes persas, mas também astrólogos, sábios que dispõem de um conhecimento sobrenatural. Eles viram uma estrela. Os astrônomos falam de uma aproximação de Júpiter e Saturno ocorrida no ano 7 a.C. Como Júpiter era o astro dos reis, e Saturno, a estrela da Palestina, era perfeitamente possível que os astrólogos babilônicos tivessem interpretado essa constelação como sinal do nascimento de um filho real em Israel. Chegando a Jerusalém, perguntam: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?’ (2,2). Eles usam os mesmos termos para falar de Jesus, os quais, no fim, identificarão o crucificado. Trata-se novamente de um lampejo de força literária de Mateus. Os sábios do mundo reconhecem em Jesus o rei dos judeus e o adoram. Seu próprio povo entregará Jesus aos romanos, justamente por ser seu rei. Os amigos encontram o rei dos judeus em exercício, um tirano cruel que mandou executar os próprios filhos por suspeita de traição. Jerusalém põe a sua esperança no rei recém-nascido. Mas o poderoso rei Herodes está com medo da criança. Está assustado. É uma situação recontada por muitas lendas e que foi fonte de inspiração para Johann Sebastian Bach em seu ‘Oratório de Natal’. Nessa peça, Bach faz o soprano cantar as palavras: ‘Basta um aceno da sua mão, para derrubar o poder dos homens impotentes. Zomba-se de toda força’. As lendas giram sobretudo em torno das personagens dos magos. A fantasia enriqueceu a história de suas vidas com inúmeros detalhes, interpretando a sua caminhada como uma imagem de nossa própria peregrinação em busca de Jesus. Assim como os magos, seguimos a estrela dessa aspiração que nasce no horizonte de nosso coração. Ela nos conduz por caminhos frequentemente emaranhados até chegarmos à nossa meta, à casa onde estão a mãe e seu filho, onde podemos sentir-nos realmente em casa” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite