(Hb 12,4-7.11-5; Sl 102[103]; Mc 6,1-6)
4ª Semana do Tempo Comum.
“Este homem não é o
carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas, de Simão?
Suas irmãs não moram
aqui conosco?’ E ficaram escandalizados por causa dele” Mc 6,3.
“A baixa condição
social de Jesus deu motivo para a incredulidade do povo da cidade onde crescera
e fora educado. Sua volta a Nazaré foi ocasião de contratempos. O filho do
carpinteiro, que tomara a palavra na sinagoga, não era um desconhecido. Antes,
estava rodeado de discípulos cujas vidas estavam ligadas à dele.
Apresentava-se, agora, como um rabi cujos ensinamentos rompiam as barreiras da
normalidade e seu saber superava, em muito, o dos que o haviam preparado para
função de rabino. Daí todos se perguntarem qual a origem de tamanha ciência.
Sobretudo, seus milagres chamavam a atenção. Tratavam-se de prodígios
espetaculares, coisa jamais vista! Como tudo isso era possível? Havia
contradição entre o que viam e ouviam e a origem humilde daquele novo mestre. O
povo de Nazaré foi incapaz de superar a incredulidade e dar crédito ao
testemunho de Jesus. Mesmo constatando os feitos grandiosos do Mestre, os
nazaretanos sempre tinham à mão um argumento para desqualifica-lo. Eles se viam
às voltas com um problema sério: acreditar que Deus opera maravilhas
servindo-se de meios humanamente frágeis. A grandeza de uma ação não se mede
pela grandeza de quem é escolhido como instrumento para realiza-la. Por
conseguinte, se para os conterrâneos de Jesus era impensável que o filho do
carpinteiro ensinasse e agisse com tamanha autoridade, o mesmo não acontecia
com Deus Pai. – Pai, abre minha mente e meu coração, para que eu possa
compreender que tu te serves de meios humanamente modestos para realizar tuas
maravilhas” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
A] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite