(1Cor 1,26-31; Sl 32[33]; Mt 25,14-30)
21ª Semana do Tempo Comum.
“Mas aquele que havia
recebido um só saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu
patrão”
Mt 25,18.
“A Parábola nos
explica perfeitamente por que o terceiro servo escondeu o seu talento na terra.
Ele se sentiu preterido e discriminado em relação aos outros servos. Recebeu
menos do que eles. Ele se compara com eles e recusa a sua vida porque não foi
tão bem aquinhoado como os seus semelhantes. O segundo motivo que o faz
enterrar o seu talento é a imagem que tem de Deus: ‘Eu sabia que és homem
rigoroso; colhes onde não semeaste, ajuntas o que não espalhaste; amedrontado,
fui esconder o teu talento na terra’ (25,24s). O terceiro servo tem diante dos
olhos a imagem de um Deus que julga e castiga, a imagem de um senhor severo,
que não admite nem um erro sequer. E ele tem medo desse Deus. Jesus pretende
dizer aos seus ouvintes: ‘Se você tiver uma imagem tão negativa de Deus, se
você imagina que Deus é um contador severo e um Deus arbitrário que colhe onde
não semeou, então a sua vida será já agora um choro e ranger de dentes. E se
você tiver medo de Deus, esse medo paralisará e o impedirá de viver. Uma imagem
doentia de Deus faz de você um doente’. O terceiro motivo pelo qual o último
servo esconde o seu talento é o pensamento centrado na segurança. Como ele se
sente prejudicado, não quer de modo algum perder o que tem. Não quer cometer
nenhum erro para não se expor à crítica. Mas justamente porque não quer cometer
nenhum erro, faz tudo errado. Justamente por querer controlar tudo, perde o
controle sobre a sua vida. Ele, que quer ficar agarrado ao seu talento, acaba
perdendo o seu talento e a si mesmo” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da
Salvação – Loyola).