Sábado, 27 de agosto de 2022

(1Cor 1,26-31; Sl 32[33]; Mt 25,14-30) 

21ª Semana do Tempo Comum.

“Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão”

Mt 25,18.

“A Parábola nos explica perfeitamente por que o terceiro servo escondeu o seu talento na terra. Ele se sentiu preterido e discriminado em relação aos outros servos. Recebeu menos do que eles. Ele se compara com eles e recusa a sua vida porque não foi tão bem aquinhoado como os seus semelhantes. O segundo motivo que o faz enterrar o seu talento é a imagem que tem de Deus: ‘Eu sabia que és homem rigoroso; colhes onde não semeaste, ajuntas o que não espalhaste; amedrontado, fui esconder o teu talento na terra’ (25,24s). O terceiro servo tem diante dos olhos a imagem de um Deus que julga e castiga, a imagem de um senhor severo, que não admite nem um erro sequer. E ele tem medo desse Deus. Jesus pretende dizer aos seus ouvintes: ‘Se você tiver uma imagem tão negativa de Deus, se você imagina que Deus é um contador severo e um Deus arbitrário que colhe onde não semeou, então a sua vida será já agora um choro e ranger de dentes. E se você tiver medo de Deus, esse medo paralisará e o impedirá de viver. Uma imagem doentia de Deus faz de você um doente’. O terceiro motivo pelo qual o último servo esconde o seu talento é o pensamento centrado na segurança. Como ele se sente prejudicado, não quer de modo algum perder o que tem. Não quer cometer nenhum erro para não se expor à crítica. Mas justamente porque não quer cometer nenhum erro, faz tudo errado. Justamente por querer controlar tudo, perde o controle sobre a sua vida. Ele, que quer ficar agarrado ao seu talento, acaba perdendo o seu talento e a si mesmo” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite