Quarta, 3 de agosto de 2022

(Jr 31,1-7; Sl Jr 31; Mt 15,21-28) 

18ª Semana do Tempo Comum.

“Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: ‘Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!’” Mt 15,22.

“Na primitiva comunidade cristã, havia uma classe de cristãos, provenientes do judaísmo, cuja tendência era não se abrir aos pagãos. Acreditavam ser os destinatários exclusivos da Boa Nova cristã. Por conseguinte, os pagãos estariam excluídos do Reino anunciado por Jesus. Foi preciso combater esta rigidez, apelando para a sensibilidade do Mestre em relação à fé dos pagãos. O episódio da mulher cananeia prestou-se bem para esta finalidade. A mulher pagã foi persistente no seu objetivo: a cura da filha atormentada por um demônio. Por isso, não se intimidou diante dos discípulos, nem de Jesus, até ver realizado o seu desejo. Nem a má vontade daqueles, nem a dureza das palavras do Mestre foram suficientemente fortes para fazê-lo esmorecer. Os discípulos queriam ver-se livres daquela mulher importuna. Sua gritaria deixava-os irritados, a ponto de pedirem a Jesus que a mandasse embora. Não convinha que o pedido de uma mulher pagã fosse atendido por ele. Jesus, por sua vez, também deu mostras de relutar em atende-la, até o ponto de usar o termo – cães –, com que os judeus costumavam chamar os pagãos. Mas, afinal, dobrou-se diante de uma fé evidente, tendo realizado o desejo da mulher pagã. Como Jesus, a comunidade cristã deveria deixar de ser inflexível em relação aos pagãos convertidos à fé, abrindo para eles as portas da comunidade. – Espírito benevolente, ajuda-me a superar a rigidez e o fechamento em relação a quem está à margem da comunidade, reconhecendo que, também neles existe a fé (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite