Quarta, 24 de agosto de 2022

 (Ap 21,9-14; Sl 144[145]; Jo 1,45-51) 

São Bartolomeu.

“Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: ‘Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei

e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José’” Jo 1,45.

“É o relato da vocação dos primeiros discípulos. A cena se dá nas proximidades do Jordão. João Batista viu Jesus, e falou aos discípulos: ‘Eis o Cordeiro de Deus’. Os dois se dirigiram ao encontro de Jesus, e passaram a seguir o Mestre. Eram André e João. No dia seguinte, André foi convidar o seu irmão Pedro. E já a caminho da Galileia, Jesus chama Felipe, que por sua vez chama Natanael. Aí se encaixa o episódio de hoje, o diálogo entre Felipe e Natanael. Encontrando-se com Natanael, Felipe foi logo descrevendo a identidade do Mestre. Destaca seus predicados messiânicos, invocando o testemunho de Moisés e dos Profetas. Ao mesmo tempo dá suas coordenadas humanas: filho de José, de Nazaré. Natanael reage, não questionando o testemunho de Moisés e dos Profetas. Mas colocando em questão a precedência humana: ‘De Nazaré pode vir alguma coisa de bom?’ A resposta de Felipe foi a mesma de Jesus no dia anterior: ‘Venha e veja’! Dá para tirar muitas lições práticas. Cristo começou sua atividade messiânica congregando discípulos ao seu redor. Não ficou um dia sozinho. Ele permitia que as pessoas se aproximassem. E deixava todos a vontade para ir convidando outros. André convidou Pedro. Felipe convidou Natanael. Jesus sinaliza para a sua realidade humana, sendo simples e acolhedor, não discriminando ninguém. Chamou um cobrador de impostos, chamou zelotas, chamou pescadores. Humano com os humanos. Não tinha dificuldade de convivência. O desafio maior seria conciliar esta dimensão muito humana, com a missão messiânica, atestada por Moisés e os Profetas. Ela acabaria sendo avalizada pela maneira humana como Jesus cumpriu sua missão profética. Um Messias simples, autêntico, mas dedicado inteiramente à sua missão. – Senhor Jesus, como os primeiros discípulos, também queremos vos seguir. Obrigado por nos aceitar como somos. Transformai-nos por vossa graça. Amém! (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite