Quinta, 11 de agosto de 2022

(Ez 12,1-12; Sl 77[78]; Mt 18,21—19,1) 

19ª Semana do Tempo Comum.                           

“Porque o Reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados” Mt 18,23.

Mateus mostra o que Jesus entende por perdão, contando a parábola do devedor implacável e do servo mau (18,23-35). A parábola ganha a sua força da confrontação entre a dívida grande que o primeiro devedor, certamente um preposto romano ou grego, tinha como o rei, e a dívida minúscula do outro. O primeiro devedor deve 10.000 talentos, o que corresponde mais ou menos a 40 milhões de dólares, em comparação com os 66 dólares que o outro deve. Isso significa que o outro devia 600 mil vezes menos. 10.000 eram a maior quantia que se podia imaginar naquela época. A soma de todos os impostos da Galileia mal chegava a 200 talentos. Em outras palavras, o primeiro devedor nunca terá condições de pagar a sua dívida, nem mesmo por meio da prisão por dívidas que naquele tempo era a prática usual entre os romanos e persas. Jesus nos compara a esse devedor. Deus tem piedade de nós e perdoa toda a nossa dívida. Mas nós somos mesquinhos e impiedosos quando um irmão nos deve um pouquinho apenas. Mas quem, diante de um perdão tão generosos, se mostra impiedoso para com aquele que pecou contra ele, será entregue aos verdugos. Jesus chama o segundo devedor de ‘companheiro’ do primeiro. Trata-se de uma pessoa que está no mesmo serviço que nós, ou seja, conosco faz parte da mesma comunidade cristã. Jesus nos admoesta: ‘Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar o seu irmão do fundo do coração’” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite