(At 4,32-37; Sl 92[93]; Jo 3,7-15)
2ª Semana da Páscoa.
“Nicodemos perguntou:
‘Como é que isso pode acontecer’?” Jo 3,9.
“Não se pode falar do
renascimento como se fala de um comportamento externo ou de algo visível. É uma
coisa celeste. Somente aquele que esteve nos céus e desceu até nós pode
informar realmente sobre a origem da nossa existência. Jesus é o verdadeiro
mestre que nos instrui sobre a origem celeste de nossa vida, que nos revela de
onde vem a nossa existência. Eu não posso responder realmente nem à pergunta
pela origem nem à pergunta pelo como. Mas, pelo simples fato de formular essas
perguntas, livro-me das amarras que me prendem a meus problemas. O fato de
perguntar já tem um efeito salvífico. A pergunta mostra que sou um mistério
para mim mesmo. Meu verdadeiro ser tem uma origem celeste. Não consigo
descrevê-lo com termos da terra, assim como não consigo apreender o vento em
si. Sabendo do mistério do meu eu espiritual, paro de dar voltas em torno de
coisas superficiais. É como um novo nascimento. Já não sou dominado pelo eu que
gira em torno de si mesmo, e sim pelo verdadeiro eu próprio em que se imprimiu
a imagem de Deus e que se furta a todo conhecimento humano” (Anselm Grun
– Jesus: porta para a vida – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite