(At 2,14.22-32; Sl 15[16]; Mt 28,8-15)
Oitava de Páscoa.
“As mulheres partiram
depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a
notícia aos discípulos” Mt 28,8.
“Por mais precioso
que fosse, o túmulo vazio assim como a cruz vazia teriam que ficar para trás,
haviam prestado seu serviço, e agora haviam outras cruzes e sepulturas a
esvaziar. Por isso, é preciso correr, dar as notícias aos outros, e repartir a
ressurreição com os outros, mesmo que cheias de temor em relação à
ressurreição, mas igualmente cheias de renovadas esperanças de vida, para
esvaziar o poder das cruzes e dos túmulos que o pecado constrói, para que a
mensagem do evangelho renove a fé no ‘eu vivo, vós vivereis também’. Afastar-se
do túmulo é uma tarefa imprescindível para quem não deseja um cristianismo
meramente contemplativo, ou simples observância de tradições. Lugares e
eventos, como a própria cruz e o túmulo, podem ser preciosos aos costumes e
tradições cristãs. Mas não servem aos propósitos de Deus. Tanto é verdade que
nem a cruz de Cristo foi produzida por Deus, mesmo que servisse aos interesses
de Deus em fazer seu Filho sobre ela pagar pelos pecados da humanidade, e nem a
sepultura era propriedade de Jesus, Ele que tinha prometido ressuscitar ao
terceiro dia, e antes tivesse que necessariamente ser sepultado. Afastar-se do
túmulo também e fundamental para escapar da piedosa, mas pueril ingenuidade de
querer provar a ressurreição de Jesus, como se a mensagem da salvação tenha que
ser provada para os que detêm o poder neste mundo. A notícia da ressurreição
precisa ser levada para longe das cruzes e das sepulturas que o poder do pecado
produz aqui na terra, e criar a fé que conduz à vida eterna por meio da
ressurreição de Cristo. – Senhor, não permita que a cruz e a sepultura,
mesmo vazias, transformem a Igreja um simples lugar, mas em cristãos apressados
em noticiar que Jesus ressuscitou. Amém” (Augusto Jacob Grun
– Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite