(At 10,34a.37-43; Sl 117[118]; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9)
1. Assim como a quaresma, o 1º e o 2º
domingo de páscoa nos trazem sempre os mesmos episódios. Maria Madalena, João e
Pedro estão no centro da narrativa de hoje. No próximo domingo será Tomé. Tudo
para nos falar sobre o caminho que nos leva à fé na ressurreição.
2. Olhemos para nossas personagens de
hoje. Maria vê a pedra retirada da entrada do túmulo. Ela não vê sinais da
ressurreição, procura uma explicação lógica.
3. Ela convida Pedro e João a
certificarem do que ela presumia. João e Pedro admiram-se diante da ordem das
coisas dentro do túmulo. Se fosse um roubo do corpo, tais panos não ficariam
para trás.
4. João, mais intuitivo, compreende
imediatamente: são sinais do que o Senhor havia dito. Ele viu e acreditou,
enquanto Pedro somente constata.
5. Nessas três personagens e nas suas
atitudes também nos encontramos, particularmente quando as situações se tornam
difíceis. Certas pedras não são fáceis de serem removidas, elas insistem em nos
fazer tropeçar.
6. Se Maria é mais afetiva, enquanto
João é intuitivo e Pedro lento, todos eles e nós temos algo em comum:
procuramos os sinais da presença do Senhor.
7. Jesus seria apenas alguém
extraordinário, um pensador, um idealista, um sonhador, se não tivesse
ressuscitado. A ressurreição é a prova máxima da sua divindade, sua presença
entre nós é muitos mais que a simples atualização do seu modo de pensar.
8. Em nossa reunião comunitária,
celebramos a cada domingo essa presença, pois partilhamos as experiências da fé
em sua ressurreição, ainda que alguns cheguem primeiro e outros depois. Somos
atraídos por Ele e sua Palavra orienta a nossa caminhada, por isso cada domingo
é Páscoa!
9. A Sua ressurreição é o nosso ponto
de partida. Experimentamos processos de passagem em nossa vida: do pecado para
vida da graça, da tristeza para a alegria, do sofrimento para superação, da
morte para a vida. A nossa vida cristã é um constante navegar nas águas da
ressurreição.
10. A ressurreição é também a nossa
meta, pois o caminho que fazemos em nossa fé alimenta a certeza da nossa
ressurreição. Por isso, num domingo especial, nos lembramos particularmente da
nossa identidade.
11. Não importa se o nosso caminhar se
pareça ao de Maria, de João ou de Pedro. O importante é movimentar-se,
caminhar, buscar, é comunicar nossa experiência, ainda que pequena, ao outro
que também segue nessa busca. Há um sopro de esperança que nos move e nos leva
a comunica-la. Uma feliz Páscoa para você que, como eu, persegue os sinais da
Ressurreição.
Pe.
João Bosco Vieira Leite