Quinta, 25 de abril de 2019


(At 3,11-26; Sl 8; Lc 24,35-48) 
Oitava de Páscoa.

“Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’” Lc 24,36.

“A terceira imagem que Lucas nos desenha do dia da Ressurreição é a aparição de Jesus diante dos discípulos reunidos. Os discípulos de Emaús voltam a Jerusalém, cheios de alegria. Os discípulos e discípulas que tinham ficado contam-lhes que o Senhor realmente ressuscitou e apareceu a Simão. Enquanto ainda falam sobre isso, o próprio Jesus entra no meio deles. Assustam-se e sentem medo, pois pensam que estão vendo um espírito. Jesus mostra-lhes as mãos e os pés: ‘Olhai as minhas mãos e o meus pés: sou eu mesmo. Tocai-me, olhai: um espírito não tem carne e ossos como vós vedes que eu tenho’ (Lc 24,39). Aqui Lucas quer mostrar aos gregos o que significa a ressurreição. Os gregos conseguiram muito bem imaginar que o ressuscitado fosse um espírito, que a alma se tivesse separado do corpo e agora subsistisse em si mesma. Ressurreição, porém, é mais do que isso. Levantou-se a pessoa de Jesus, de corpo e alma. Com referência a mãos e pés, Lucas responde à filosofia platônica, que só conseguia imaginar uma libertação da lama de dentro da prisão do corpo. Ressurreição, porém, é ressurreição do corpo. Ela nos dá mãos que assumem a vida, que tocam nos outros com ternura, que acariciam, fazendo sentir o amor. E a ressurreição nos põe em pé, para que tenhamos firmeza e sigamos o nosso caminho, cada um o seu próprio caminho, que nos leva à vida” (Anselm Grun – Jesus: modelo de ser humano – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite