(1Pd 1,10-16; Sl 97[98]; Mc 10,28-31).
8ª Semana do Tempo Comum.
O mistério da vida cristã já estava
prefigurado no anúncio profético, segundo o nosso autor, como que a garantir
aos batizados o que neles se realizava. A graça recebida é para cada um de nós
um caminho de santidade que tem no Pai o seu único modelo. Do Pai só podemos
saber pelo Filho que na sua obediência traçou para nós um caminho de santidade.
Depois de ver aquele homem que tinha
todas as condições para o seguimento ir-se, e com as palavras de Jesus, uma
certa angústia toma conta de Pedro que não resiste e indaga Jesus sobre a opção
feita por eles e o que esperar. “Cada um experimentará o desprendimento e as
dádivas à sua maneira pessoal. Aquele que renunciou aos próprios bens para
entrar numa ordem religiosa lidará muitas vezes com muito mais dinheiro que
seus irmãos. Aquele que tem família e profissão, mas cujo coração não vive
agarrado aos bens, muitas vezes experimentará a satisfação de ter o suficiente
e de ver ampliar-se seu círculo de amigos. Mas aquele que considera os bens
materiais como seu maior valor, nunca estará satisfeito. Nunca receberá toda
estima que necessita. Nunca estará realmente contente. As palavras de Jesus
sobre a riqueza são, portanto, um convite a deixar de lado tudo o que nos
poderia atrapalhar no caminho do seguimento. Só aquele que ficou interiormente
livre compreenderá aonde Jesus pretende leva-lo: ao reino de Deus, a um espaço
em que o homem descobre seu verdadeiro ser, em que Deus mesmo o plasma,
tornando-o repleto de sua glória” (Anselm Grun, “Jesus, caminho para a
liberdade”).
Pe. João Bosco Vieira Leite