Quarta, 25 de maio de 2016

(1Pd 1,18-25; Sl 147; Mc 10,32-45). 
8ª Semana do Tempo Comum.

Pedro retoma a sua reflexão sobre a vida cristã (Batismo) empregando o termo ‘resgate’. Resgatar é o ato pelo qual se recupera uma propriedade familiar alienada ou se deve devolver a liberdade ao escravo indevidamente retido. É claro que tal ato faz referência a Cristo em seu sacrifício, mas a nossa pertença ao Pai desde sempre. Se éramos escravos de pecado, agora somos livres, restaurados e resgatados em Cristo. Nos tornamos ‘puros’ quando acolhemos a verdade do evangelho em nossa vida.

Jesus anuncia pela terceira vez a sua paixão com um pouco mais de detalhes e eis que se dá uma inesperada reação dos discípulos, primeiro pelo ‘adiantamento’ dos filhos de Zebedeu que aspiram lugares de honra. Entenderam mal o projeto de Jesus, mas mesmo assim Jesus lhes dá a entender o verdadeiro caminho da glória a ser atravessado, o seguimento não é tão simples como pensam. Segue-se a indignação dos outros discípulos e Jesus aproveita para discorrer sobre o exercício de poder dentro da comunidade e assim podemos compreender parte do que nos fala Pedro: “Jesus aproveita a discussão sobre o sentido correto das palavras ‘dominar’ e ‘servir’ para propor aos discípulos a sua própria vida como exemplo. Assim, transmite a eles também uma ideia do que seja o verdadeiro sentido de sua vida, a motivação mais profunda de sua morte: ‘Pois o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate pela multidão’ (10,45). A obra plenipotenciária de Jesus é a vida a serviço dos seres humanos. Ele lhes serve livrando-os dos demônios e estimulando a vitalidade”. (Anselm Grun, “Jesus, caminho para a liberdade”). Que a sua paixão nos resgate de toda e qualquer escravidão e nos lace sempre mais ao verdadeiro sentido do nosso caminhar.


Pe. João Bosco Vieira Leite