(2Pd 1,2-7; Sl 90[91]; Mc 12,1-12)
9ª Semana do Tempo Comum.
Hoje temos um trecho da 2ª Carta de
Pedro, que é muito breve, apenas 3 capítulos, certamente escrita por um dos
seus discípulos que lhe deu o nome do Apóstolo para conferir autoridade ao que
afirma. Com tons duros e vocabulário por vezes difícil, manifesta o ímpeto de
um anunciador de Cristo, obrigado a assistir à difusão de doutrinas falsas,
corruptoras da mensagem evangélica, precisamente no momento em que sente
próxima a morte (cf. 1,14) e por isso nota nitidamente que tem pouca margem
para intervir. Sua carta é um testemunho de que os seus ensinamentos foram
recebidos dos profetas e dos apóstolos. Nesse trecho ele introduz um
pequeno painel da vida cristã, onde os dons de bem e de graça foram derramados
por Deus, que devem levar a uma busca de comunhão sempre maior com Ele, e no
esforço pessoal que vai da fé ao amor.
Jesus já tinha criado uma certa
confusão com a expulsão dos vendilhões do Templo e provocado a ira das
autoridades religiosas. Jesus então conta uma parábola que não é de difícil
interpretação, pois fala do próprio destino e seus ouvintes compreenderam
facilmente ao que Ele se referia e se sentiram expostos (as autoridades). A
parábola salienta a paciência de Deus para com o seu povo, só lhe restando um
último recurso: enviar o Filho. Jesus ainda aplica a si a imagem do salmo 118,
fazendo referência à pedra rejeitada pelos construtores. Talvez o texto nos
alerte para uma possível indiferença a esse amor de Deus por nós, impedindo-o
de ter em nós alcance envolvente que poderia mudar o nosso modo de viver e de
ser.
Pe. João Bosco Vieira Leite