(Tg 5,1-6; Sl 48[49]; Mc 9,41-50)
7ª Semana do Tempo Comum.
O texto pode parecer um tanto
assustador pelo tom com que Tiago adverte aqueles que fizeram fortunas com a
injustiça, não pagando o que era devido aos trabalhadores; esse é o sentido com
que podemos ler esse texto. É como se a riqueza com essas raízes se voltasse
contra quem as possui. O texto é apenas um alerta, uma advertência.
O evangelho de hoje parece uma colcha
de retalho, reunindo expressões de Jesus, que pelos outros evangelhos nos
parece deslocadas do seu contexto. O precioso dom da água para aquela realidade
desértica soa para nós como algo pequeno, mas na realidade é um gesto bastante
significativo. Ao falar do escândalo, o que faz tropeçar, o autor está tratando
da fé. Eu posso levar alguém a perder a fé ou eu mesmo posso me conduzir por
situações que me levarão a perda da fé. As penas e mutilações querem chamar a
nossa atenção para algo tão grave que é perder a fé. A tradução ‘fogo do
inferno’ ou ‘forno’ fazem alusão a um local onde se jogava os cadáveres que
eram consumidos pelos vermes ou mesmo se ateava fogo. O verme não morre e o
fogo não se apaga até consumir tudo. Guardemo-nos de nos perder atentos ao
olhar, ao que tomamos sem ser nosso e aonde nossos pés podem nos
levar.
Pe. João Bosco Vieira Leite