Quinta, 19 de maio de 2016

(Tg 5,1-6; Sl 48[49]; Mc 9,41-50)
7ª Semana do Tempo Comum.

O texto pode parecer um tanto assustador pelo tom com que Tiago adverte aqueles que fizeram fortunas com a injustiça, não pagando o que era devido aos trabalhadores; esse é o sentido com que podemos ler esse texto. É como se a riqueza com essas raízes se voltasse contra quem as possui. O texto é apenas um alerta, uma advertência.

O evangelho de hoje parece uma colcha de retalho, reunindo expressões de Jesus, que pelos outros evangelhos nos parece deslocadas do seu contexto. O precioso dom da água para aquela realidade desértica soa para nós como algo pequeno, mas na realidade é um gesto bastante significativo. Ao falar do escândalo, o que faz tropeçar, o autor está tratando da fé. Eu posso levar alguém a perder a fé ou eu mesmo posso me conduzir por situações que me levarão a perda da fé. As penas e mutilações querem chamar a nossa atenção para algo tão grave que é perder a fé. A tradução ‘fogo do inferno’ ou ‘forno’ fazem alusão a um local onde se jogava os cadáveres que eram consumidos pelos vermes ou mesmo se ateava fogo. O verme não morre e o fogo não se apaga até consumir tudo. Guardemo-nos de nos perder atentos ao olhar, ao que tomamos sem ser nosso e aonde nossos pés podem nos levar.  


Pe. João Bosco Vieira Leite