(1Pd 1,3-9; Sl 110[111]; Mc 10,17-27)
8ª Semana do Tempo Comum.
De hoje até sexta, excetuando a
quinta-feira, acompanharemos a leitura semicontínua da 1ª carta de São Pedro.
No centro de sua reflexão está a realidade batismal, como se fossem pequenas
homilias insistindo sobre sua dignidade, do elevar a natureza humana. Em
nosso pequeno trecho temos a compreensão que toda salvação, desde o começo do
batismo, ao longo da existência, até a consumação, é obra de Deus Pai por meio
de Jesus Cristo. Nele cremos, e o amamos, mesmo sem ter visto, e isto é também
o começo da esperança que nos acompanhará ao longo do caminho. Nele se inclui
sofrimentos, que são provações e purificam a fé. Rezamos com Pedro na certeza
de comungarmos dessa mesma fé e esperança.
O episódio do homem que possui
riquezas, que observa os mandamentos divinos, mas não consegue dar esse salto
na fé para seguir a Jesus, não assusta só aos discípulos, a nós também. O que nos
falta para verdadeiramente seguir a Jesus? Que teríamos que abandonar? “Para
outros seguidores de Jesus, não é dos bens que eles devem desfazer-se; o que os
atrapalha pode ser igualmente o próprio sucesso, sua própria imagem de Deus, a
imagem de si mesmo, suas concepções de vida, seus hábitos, seus
relacionamentos. [...] No jovem do evangelho, o medo foi maior que o desejo da
vida eterna, da verdadeira vida. Por isso ele se afastou com tristeza. O
episódio está aí para me advertir: não devo ficar triste e ir embora, devo
separar-me daquilo que me amarra. Assim experimentarei a liberdade e a amplidão
no seguimento de Jesus” (Anselm Grun, “Jesus, caminho para a
liberdade”).
Pe. João Bosco Vieira Leite