(Dn 2,31-45; Sl Dn 3; Lc 21,5-11) 34ª Semana do Tempo Comum.
“No tempo desses reinos, o Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído,
um reino que não passará a outro povo; antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos,
e ele permanecerá para sempre” Dn 2,44.
“O trecho está situado no contexto do sonho de Nabucodonosor (cf. Dn 2,1), que só Daniel pode interpretar graças à revelação recebida do Deus do Céu (cf. 2,27-30). O rei sonhou com uma estátua enorme feita de metais diversos (ouro, prata, bronze, ferro), destruída por uma pedra que se desprendeu do monte, ‘sem o auxílio de qualquer mão’ (v. 4), pedra que se torna depois uma grande montanha. Segundo um esquema comum a outros textos do Próximo Oriente, o sonho é o primeiro narrado (vv. 31-35) e depois interpretado (vv. 36-45) [Compreender a Palavra:] A estátua gigantesca não representa um ídolo, mas está a indicar o decurso da História. No simbolismo dos diversos metais, foi vista a sucessão e a progressiva decadência de quatro impérios´. A cabeça de ouro simboliza o império Babilônio, enquanto os metais que constituem as outras partes do corpo da estátua referem-se, em geral, ao reino do Medos (a prata), dos Persas (o bronze) e dos Macedônios (o ferro), onde a mistura de ferro e de barro indicam a divisão do Império de Alexandre Magno em reino dos Ptolomeus do Egito em reino dos Selêucidas da Síria. Excetuando o império dos Medos, são todos reinos que durante certo período exerceram o seu domínio sobre os hebreus. A imagem final da ‘grande montanha’ (v.35) alude porém a um reino diferente, que nasce ‘sem o auxílio de qualquer mão’ (cf. v.34), porque é obra de Deus. O autor do Livro não se propõe a reconstruir um período histórico, antes quer sublinhar que somente o Senhor tem o domínio sobre a História” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite