(Dn 7,2-14; Sl Dn 3; Lc 21,29-33) 34ª Semana do Tempo Comum.
“Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha como filho de homem, aproximando-se do ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença” Dn 7,13.
“A narração da visão noturna de Daniel está ligada ao que foi exposto no capítulo 2, quer porque está escrito igualmente em língua aramaica, quer pela referência aos quatro reinos, aqui representados pelos animais. O texto de hoje contém não apenas uma visão, mas uma série de visões que incluem: quatro animais; um ‘chifre’ com olhos e boca; tronos nos quais se senta um Ancião; e, finalmente, um ‘Filho de Homem’. [Compreender a Palavra:] A visão do mar tempestuoso e dos quatro animais deriva da tradição bíblica que utilizou o simbolismo do mar para exprimir o caos primordial. Os quatro animais, que sobem do mar, indicam quatro reis ou reinos: os primeiros três são geralmente conotados com o império de Babilônia, com os reinos da Média e da Pérsia; no quarto animal, cujos dentes de ferro e os dez chifres (os reis da dinastia selêucida) sublinham a grande força e poder violento, viu-se o reino de Alexandre Magno e dos seus sucessores. O ‘chifre mais pequeno’ do versículo 8, simboliza o rei selêucida Antioco IV Epifânio, descrito nos Livros dos Macabeus como um rei violento, ímpio e arrogante (cf. 1Mc 1,10-64; 2Mc 6,1-11). O trono no qual se sentam um Ancião simboliza Deus que, com a Sua corte celeste, exerce o Juízo sobre os reis da História. O conteúdo da última visão (‘Alguém, semelhante a um filho do homem’, v. 13) será em seguida referido ao ‘povo dos santos do Altíssimo’ (cf. Dn 7,18.22.27), ao povo hebreu que no tempo da perseguição ficou fiel a Deus e agora reina com Ele” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite