Quarta, 05 de novembro de 2025

(Rm 13,8-10; Sl 111[112]; Lc 14,25-33) 31ª Semana do Tempo Comum.

“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos

e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo” Lc 14,26.

“As palavras do Evangelho de hoje podem parecer duras, mas são salutares, são um antídoto contra o risco de uma certa habituação própria de uma vida de fé que perdeu o ímpeto dos momentos originários e que se adapta facilmente aos costumes, perdendo a lucidez de uma avaliação crítica. Recordam que a nossa vida de fé é autêntica quando Cristo ocupa o primeiro lugar no nosso coração, e obrigam-nos constantemente a verificar quando isso acontece, confessando os nossos espaços de autossuficiência e de desatenção à Palavra de Deus. Jesus sabe muito bem que a vida é feita de relações com pessoas e coisas que requerem dedicação e fornecem autênticos momentos de realização. O ponto, simples e radical ao mesmo tempo, é que nada pode arrogar-se o primeiro lugar no coração e nos nossos critérios de opção, senão tornar-se ídolo. O primeiro lugar cabe só a Deus e à sua Palavra, o seu Filho Jesus, o qual não é alternância e afetos, relações e compromissos humanos, antes é critério decisivo quanto ao modo de se viver tudo isso. Se Cristo ocupa o primeiro lugar, a fé torna-se práxis, e não só realidade ideal. Mas, para se tornar práxis, deve ser ao mesmo tempo força que educa e determina o mundo dos afetos e das sensibilidades orientado para os bens criados, não para inibir, mas para os endereçar para aquilo que é prioritário (virtude da temperança)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite