(1Mc 1,10-15.41-43.54-57.62-64; Sl 118[119]; Lc 18,35-43) 33ª Semana do Tempo Comum.
“Uma cólera terrível se abateu sobre Israel” 1Mc 1,64.
“O texto descreve nitidamente a difusão do helenismo em Israel. A referência cronológica do versículo 10 indica o contexto histórico dos acontecimentos: em 137 (ano do calendário selêucida, correspondente a 175 a.C.) sobe ao trono, como rei dos Selêucidas, Antíoco IV Epifânio. Também os hebreus são seus súditos. Na perspectiva do Livro, a nomeação do rei coincide com a introdução em Israel de instituições, usos e cultos pagãos e, por conseguinte, com o abandono da religião dos antepassados por parte de muitos hebreus. [Compreender a Palavra:] Desde o princípio, Antíoco IV Epifânio é considerado o principal responsável pela ruína de Israel. É o ‘descendente perverso’ (v. 10), aquele que permite a introdução em Jerusalém de instituições gregas como o ‘gymnasion’ (espécie de escola onde se procedia à educação física e intelectual dos rapazes) e, através de um decreto, ordenou a todos os povos a ele submetidos que abandonassem a suas leis: para os hebreus, isto significou voltar as costas à Torá, a Lei de Deus. Além disso, fez erigir um ídolo sobre o altar do Templo de Jerusalém. Ao lado do rei aparecem, na página bíblica, duas categorias diversas de hebreus. Por um lado ‘homens’ ímpios (v. 11), julgados responsáveis por terem desejado romper com o isolamento social e político dos hebreus, tendo por parte do povo, a ruptura da santa Aliança e a apostasia. Por outro lado, os hebreus que pagaram com a morte a fidelidade à Aliança. No texto, o encontro entre judaísmo e helenismo torna-se uma oposição aberta, um conflito religioso” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite