(Dn 7,15-27; Sl Dn 3; Lc 21,34-36) 34ª Semana do Tempo Comum.
“Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” Lc 21,36.
“Existem coisas das quais não se pode prescindir na vida física, e outras que são absolutamente imprescindíveis para a vida espiritual; uma e outras são absolutamente necessárias para você. Se você não reza e se não reza com frequência, não estranhe que a vida da sua alma vá desfalecendo; não estranhe também que você a sinta asfixiada por seus negócios e preocupações, desorientada por suas ambições desmedidas, arrasada por suas paixões. Se você não rezar e não o fizer continuamente, não estranhe sentir pesados os pés e frio o coração. Se você não reza em todo o tempo, como o/a admoesta Jesus, não tem direito de queixar-se, quando descobrir em você a falta de entusiasmo para seus ideais cristãos, quando se sentir fraco e desiludido para a prática da piedade e mesmo para o cumprimento dos deveres cristãos. Orar é libertar-se de cargas que oprimem, de limitações que anulam, de defeitos que amarguram e de pecados que envergonham. Talvez você queira eliminar sua obrigação de orar, absorvendo-se e embebendo-se em sua obrigação de trabalhar; no entanto, você deve conscientizar-se de que seu trabalho obrigatório, não lhe é menos obrigatória a oração. Seja o tempo que você dedica ao trabalho a medida do tempo que você deve dedicar à oração: mais tempo ao trabalho, mais tempo à oração. Somente assim você conseguirá que seu trabalho seja frutífero para a vida eterna. Se você trabalhar sem orar, não demorará a chegar ao esgotamento e ao cansaço desalentador; e se você ora sem trabalhar, estará amarrando ou impedindo a eficácia da oração. Orar não é dizer muitas palavras ou pronunciar prolongadas fórmulas ou preces. Orar é pôr-se, primeiramente, na presença de Deus e, depois, falar-lhe com palavras simples, como sempre são as palavras que brotam do coração e, finalmente, fazer silêncio em nós mesmos para ouvir a palavra de Deus, que nos fala no fundo do coração. Orar, por fim, é amar, mas com o coração mais do que com a cabeça, com a entrega de si mesmo mais que a fala, com o louvor divino mais que com a exposição de nossas misérias” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite