(Sb 6,1-11; Sl 81[82]; Lc 17,11-19) 32ª Semana do Tempo Comum.
“Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro.
Pararam a distância e gritaram: ‘Jesus, mestre, tem compaixão de nós!’” Lc 17,12-13.
“No relato desse evangelho, assinalam-se as disposições que nos exige a oração, para que possamos conseguir o que pedimos: compunção, perseverança, gratidão: Compunção, ou dor pelo pecado cometido; mal pode alguém colocar-se em atitude de oração, se precisamente não se arrepender de ter ofendido e desgostado ao Senhor diante do qual se apresenta agora para pedir-lhe seus favores; perseverança, pois não basta pedir uma ou várias vezes; é preciso insistir na oração; a perseverança na oração é argumento claro que nos convence de que estamos sempre dependente de Deus; gratidão, já que a gratidão é a chave que abre o coração de Deus e o inclina à concessão de novas graças e favores. Saem-lhe ao encontro dez leprosos; os leprosos eram legalmente impuros e por isso excluídos do convívio com os outros homens. Tinham de viver afastado dos povoados, comumente às portas das cidades e fora das aldeias, em gruta, ou vivendas próprias dispostas no campo, ou nas encostas dos montes; tinham a obrigação de andar com as vestes rasgadas no peito para que a doença pudesse ser notada; se alguém se aproximava deles, deveriam clamar em voz alta, que eram impuros, para denunciarem-se como tais. Aquele grito angustioso, mas ao mesmo tempo confiante: ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de nós’ (v. 13), deve ser repetido constantemente por você, nas variadas circunstâncias: nos momentos de tentação, ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de mim’; nas horas de tristeza e abatimento, ‘Jesus Mestre, tem compaixão de mim’; nos dias de solidão e incompreensão, ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de mim’; quando a dor aflige seu corpo ou remoer seu espírito, ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de mim’; e quando vir que já se aproxima seu fim, a melhor preparação será repetir do íntimo de seu coração e com maior frequência possível: ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de mim’” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite