(Sb 18,14-16; 19,6-9; Sl 104[105]; Lc 18,1-8) 32ª Semana do Tempo Comum.
“Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do Homem, quando vier,
será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” Lc 18,8.
“Depois dos versículos introdutórios, que explicita o tom parenético da perícope, Lucas introduz uma parábola de Jesus. São três as personagens: um juiz, homem conotado negativamente como alguém que não tem escrúpulo nem para com Deus, nem para com o próximo; uma viúva, que reclama insistentemente justiça; Jesus, cujas parábolas oferecem interpretação escatológica da parábola, aplicada à situação da comunidade cristã. [Compreender a Palavra:] A atitude do juiz indica, quer a falta de fé, quer a ignorância da justiça social; a viúva representa, pelo contrário, a pessoa débil e indefesa. Durante muito tempo, sublinha o texto, o juiz não atende o pedido da viúva, depois atende-a para que, assim diz ele para consigo, ela não venha mais a importuná-lo (v. 5). Este comportamento é denunciado por Jesus como próprio de um ‘juiz iníquo’ (v. 6), que não respeita nem a Deus nem a justiça. As palavras do Senhor terminam com duas perguntas (v. 8), que conferem à parábola uma perspectiva de caráter escatológico: a primeira, com um raciocínio ‘a fortiriori’, sublinha a rapidez da justiça divina; a segunda, propõe uma interrogação que fica sem resposta (‘O Filho do Homem, quando voltar, encontrará fé sobre a terra?’ v. 8), mas que liga o regresso de Jesus ao tema da fé, e ainda ao versículo de abertura sobre a necessidade de oração” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite