(1Mc 2,15-29; Sl 49[50]; Lc 19,41-44) 33ª Semana do Tempo Comum.
“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!
Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos” Lc 19,42.
“Este breve trecho encerra dois momentos que parecem em contraste entre si: o choro de Jesus ao avistar Jerusalém, no final de uma longa viagem em direção à cidade (vv. 41-42); e, a dura sentença do Mestre sobre a ruína da cidade, que não soube reconhecer o tempo em que foi ‘visitada’ (vv. 43-44). É uma das páginas evangélicas em que aparece mais claramente a profunda humanidade de Jesus que, como qualquer pessoa, Se comove e chora diante de fatos que provocam sofrimento. [Compreender a Palavra:] O pranto de Jesus sobre a cidade é prelúdio do Seu anúncio profético. Jerusalém, etimologicamente ‘cidade de paz’, não compreendeu aquilo que lhe podia dar a paz (cf. v. 42), não soube reconhecer o dom que lhe será oferecido, mas soube reconhecer o tempo no qual fora ‘visitada’ (v. 44). Daqui a predição ameaçadora, introduzida pela linguagem própria do gênero profético e apocalíptico: ‘Dias virão’ (v. 43). Uma ruína total atingirá Jerusalém, na figura de uma mãe que tem por filhos os seus habitantes, nela não ficará pedra sobre pedra. A formulação bíblica da ‘visita’ evoca a vinda do Senhor, o tempo no qual JHWH se manifestou na terra de Jesus e viveu a hostilidade do seu povo. Falando do assédio que se abaterá sobre Jerusalém, Lucas parece aludir, retrospectivamente, a um acontecimento histórico: a destruição de Jerusalém acontecida no ano de 70 d. C., às mãos dos Romanos. Na tradição cristã primitiva, de fato, a ruína da cidade era interpretada como consequência da intervenção punitiva de Deus pela rejeição de Jesus por parte dos habitantes de Jerusalém” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite